Pai de Armadilha de Tucídides Passa a Falar sobre “o Mesmo Barco”
Fonte: Xi Pu Published: 2024-04-17 13:33:01

(Por Xi Pu)

I

A Arte da Guerra de Sun Tzu, obra clássica chinesa, contou a seguinte história: no período das Primaveras e Outonos (de Século VIII a.C. a Século V a.C.), Wu e Yue, dois estados vizinhos, entravam frequentemente em guerra. Um dia, uma dúzia de passageiros, vindos de Wu e Yue, por acaso viajavam no mesmo barco. No início, se negligenciavam uns aos outros. Mas quando a tempestade os atingiu de repente, e os passageiros, a despeito de sua naturalidade, juntaram as mãos e superaram juntos os reveses.

Há pouco, Graham Allison, reitor fundador da Escola de Governo John F. Kennedy da Universidade de Harvard e criador do conceito “Armadilha de Tucídides”, citou a história de “pessoas dos estados Wu e Yue no mesmo barco” em Beijing, sugerindo aprender com a sabedoria da História chinesa e encontrar uma maneira para atravessar a “Armadilha de Tucídides” e conseguir a coexistência entre a China e os Estados Unidos.

 

II


A interdependência e a coexistência de tudo é o pensamento filosófico simples e clássico dos chineses. Na antiguidade, os chineses acreditavam que, sem a continuidade incessante da vida, não haveria mundo; mas sem inibição, o mundo se tornaria caótico e desordenado. Esse ponto de vista filosófico é refletido na vida do povo chinês por milhares de anos.

Da Bíblia à Crítica do Julgamento de Immanuel Kant, do existencialismo de Martin Heidegger ao simbiosismo de Alain Caillé, a filosofia ocidental, por sua vez, também enfatiza a coexistência harmoniosa. Isso demonstra claramente que a coexistência harmoniosa é aspiração comum de toda a humanidade e valor universal no verdadeiro sentido da palavra.

Já esta vez, o Graham Allison confessou em Beijing que, a História dos últimos quinhentos anos revela que a guerra entre potências emergentes e estabelecidas não é inevitável e implicou possíveis soluções.

A elite dos Estados Unidos também admitiu que “é realmente possível estabilizar as relações entre a China e os Estados Unidos, e eles terão que coexistir indefinidamente”. E os dois países abraçam em curto tempo um relacionamento estável. A China enxerga a coexistência a partir de uma altura de filosofia e lei universal. Não mudou o desejo dos povos da China e dos Estados Unidos pela paz, em vez de guerra; não mudou a base para benefício mútuo e ganhos compartilhados entre os dois povos; nem mudou o laço econômico-comercial entre os dois países. Seja no intercâmbio econômico e comercial, seja no progresso científico e tecnológico, a formação de uma comunidade dá impulso, e isso é uma lei. Da mesma maneira, a maior lei que determina o futuro e o destino da humanidade é, sem dúvida, a formação de uma comunidade. O conceito de comunidade com futuro compartilhado para a humanidade é uma lei científica incortável, inquebrável e inalterável.

 

III

A abertura e os ganhos compartilhados são genes que a China carrega na sua veia desde tempos antigos. Quem considera a China um parceiro de cooperação e está disposto a dialogar, definitivamente se sentirá em casa neste grande país aberto e inclusivo.

Nesta primavera florescente, o presidente chinês manteve uma boa conversa com representantes dos setores empresarial e acadêmico estratégico dos Estados Unidos no Grande Salão do Povo. Foi clara a mensagem transmitida: A China aberta está disposta a trabalhar junto com e não contra os Estados Unidos; A China em desenvolvimento quer ajuda mútua e não resistência mútua com os Estados Unidos; A China próspera é uma oportunidade para os Estados Unidos, e não um desafio; A China autoconfiante acolhe a concorrência virtuosa, e não a opressão maliciosa; A China em reforma aceita críticas construtivas, e não calúnias infundadas.

A China possui uma mente grande de “se esquecer do ódio do passado e dar sorriso no reencontro”, e os Estados Unidos também precisam ousar superar a “Armadilha de Tucídides” como a moral da história dos estados Wu e Yue ensina. A porta da Casa Branca deve ficar aberta aos setores empresarial e acadêmico estratégico da China e dos Estados Unidos para ouvirem vozes reais.

(Xi Pu é observador de assuntos internacionais baseado em Beijing. )