Por que a delegação dos EUA dizem que a “armadilha de Tucídides” não é inevitável?
Fonte: CMG Published: 2024-03-28 21:02:04

O presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se com representantes das comunidades empresarial, estratégica e acadêmica estadunidense no Grande Palácio do Povo, nesta quarta-feira (27), em Beijing. 

Trata-se do primeiro encontro frente a frente do líder chinês com personalidades daquele país desde a reunião entre os dois chefes de Estado em São Francisco, em novembro de 2023. Durante o encontro, Xi Jinping assinalou que o maior consenso alcançado em São Francisco é que as relações entre a China e os Estados Unidos devem se estabilizar e melhorar. Os representantes dos EUA dizem que a “Armadilha de Tucídides” não é inevitável. 

O interessante é que um dos membros da delegação estadunidense, Graham Allison, reitor fundador da Escola de Governo John F. Kennedy de Harvard, foi exatamente quem criou em 2012 o conceito da “Armadilha de Tucídides”. Citando a afirmação do antigo historiador grego sobre a Guerra do Peloponeso, Allison apresentou a hipótese de haver possibilidade de conflito intenso ou mesmo guerra entre potências emergentes e potências estabelecidas. Nos últimos anos, muitos analistas citaram o termo “Armadilha de Tucídides” para expressar preocupação pelo rumo das relações entre a China e os EUA. 

Durante a reunião, os representantes do país norte-americano, no entanto, assinalam que a “armadilha de Tucídides” não é inevitável; por que eles têm essa opinião? 

Os sucessos da China e dos Estados Unidos são oportunidades mútuas. O comércio entre ambos aumentou mais de 200 vezes desde o estabelecimento das relações diplomáticas; o volume de comércio bilateral em 2023 atingiu 4,7 trilhões de yuans; atualmente mais de 70 mil empresas estadunidenses investem na China, com lucros anuais superiores a 50 bilhões de dólares. 

A “Armadilha de Tucídides” não é inevitável, o que também reflete as expectativas da comunidade empresarial para que o partido no poder nos EUA compreenda corretamente a China. 

Dando uma retrospectiva, os altos e baixos das relações entre esses países reside no fato de que os EUA consideram erradamente a China como o seu principal concorrente estratégico. O site do periódico “Wall Street Journal” citou recentemente um relatório de uma empresa farmacêutica dos EUA, que apontava que o “desacoplamento” da China põe em perigo a cadeia de abastecimento das empresas farmacêuticas estadunidenses. 

Este ano marca o 45º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e os Estados Unidos. Na atual situação, seus interesses comuns não estão diminuindo, mas apenas aumentando. Os Estados Unidos e a China necessitam cooperar e encontrar uma boa forma de convivência; tal como afirmou Xi Jinping: “as relações China-EUA não podem regressar ao passado, mas podem ter um futuro melhor”.