Esta segunda e última transmissão sobre “Qiwulun” (“Igualando as coisas) expõe a forma de conhecer a realidade advogada por Zhuangzi. As passagens que se seguem às “Três Flautas” abordam os temas do saber e da linguagem, especialmente os limites desses em chegar à verdade absoluta representada pelo Dao. Esses limites confundem-se, em última instância, com os da existência humana, que desmembra o Dao (“inexistência absoluta”) nas noções de certo e errado (“existência relativa”). Para Zhuangzi, o Sábio deve eliminar essas distinções, intuindo a “Unidade” do Dao. Nesse sentido, é preciso pescrutar o mistério da vida, entendendo não só o que define a própria identidade, como indo além disso, relativizando-a. Todos esses ensinamentos tentam explicar a experiência meditativa das “Três Flautas”.
Referências básicas:
Zhuang Zhou e discípulos. O Livro de Zhuangzi, com Notas e Explicações de Guo Xiang e Cheng Xuanying. Parte Primeira (Os textos do Mestre), cap. 2, “Igualando as Coisas”, trechos 2 a 13.
(战国庄周与弟子着,西晋郭象注、唐成玄英《南华真经注疏》):《庄子·内篇》卷第二《齐物论》,“大知闲闲,小知闲闲”; “非彼无我,非我无所取”; “夫言非吹也,言者有言”;“物无非彼,物无非是”;“可乎可,不可乎不可”; “可乎可,不可乎不可”;“ 古之人,其知有所至矣”;“ 今且有言于此,不知其与是类乎?”;“夫道未始有封”;“ 啮缺问乎王倪曰”;“瞿鹊子问乎长梧子曰”;“罔两问景曰”;“昔者庄周梦为胡蝶”等文。