Tornar as Perspectivas de São Francisco em realidade
Fonte: CMG Published: 2023-11-17 16:51:20

O presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente norte-americano, Joe Biden, tiveram um encontro de aproximadamente quatro horas na quarta-feira (15) em São Francisco, nos Estados Unidos. Os dois líderes chegaram a mais de 20 consensos em setores como política, relações exteriores, intercâmbios culturais, governança global, forças armadas e segurança, formando as Perspectivas de São Francisco. Voltadas para o futuro, elas definem a direção para a melhoria das relações sino-norte-americanas e injetam certeza e estabilizador no mundo.

O respeito mútuo, a coexistência pacífica e a cooperação com benefícios compartilhados se cristalizaram como as experiências acumuladas nos últimos 50 anos do relacionamento entre China e Estados Unidos e devem ser a direção dos esforços conjuntos dos dois países no futuro.

O que são as Perspectivas de São Francisco? A parte chinesa as descreveu como os “cinco pilares” para a construção das relações bilaterais entre os dois países, ou seja, estabelecer em conjunto cognições corretas, administrar e controlar efetiva e conjuntamente as divergências, promover em conjunto as colaborações de benefício recíproco, assumir em conjunto as responsabilidades de grandes países e impulsionar em conjunto os intercâmbios culturais.

Tornar as Perspectivas de São Francisco em realidade tem a pré-condição de que a China e os Estados Unidos tenham um conhecimento correto sobre o outro. Os dois países são adversários ou parceiros? Esta é uma questão essencial. Nos últimos anos, as relações sino-norte-americanas vivenciaram momentos baixos e a maior razão foi que a parte norte-americana tomou, equivocamente, a China como o principal concorrente e o maior desafio geopolítico e adotaram políticas e ações erradas.

“A China não seguirá o velho caminho de colonização e de pilhagem, nem o caminho errado de procurar a hegemonia com a crescente força. O país também não exporta sua ideologia.” “A China não tem planos para superar ou destituir os Estados Unidos. Da mesma forma, os Estados Unidos não deveriam planejar suprimir e conter a China.” Durante o encontro, o presidente Xi Jinping apresentou o futuro do desenvolvimento da China e as intenções estratégicas do país.

Especialmente na questão de Taiwan, a parte chinesa exigiu que os Estados Unidos obedeçam ao princípio de Uma só China, parem de vender armas à ilha e apoiem uma reunificação pacífica da China.

A parte norte-americana reiterou que “uma China estável e em desenvolvimento corresponde aos interesses dos Estados Unidos e do mundo”. É na expectativa que Washington cumpra seus compromissos, não supere os limites nem tome ações provocativas.

Concretizar as Perspectivas de São Francisco requer que a China e os Estados Unidos lidem com as divergências apropriadamente e criem condições favoráveis. Xi Jinping apontou que, para a China e os Estados Unidos, virar as costas um ao outro não é uma opção correta e não é realista que um lado remodele o outro. Os conflitos e os confrontos têm consequências insuportáveis para ambos os lados.

Durante o encontro, os dois chefes de Estado concordaram em retomar os contatos militares de alto nível e as reuniões do mecanismo de consultas sobre segurança militar marítima com base em igualdade e respeito. Os dois lados também decidiram reforçar os contatos de alto nível, promover e lançar negociações institucionais nos setores de comércio, economia, finanças e controle de exportação.

Ao mesmo tempo, a China deixou claras suas preocupações com algumas questões essenciais. Na questão de comércio e tecnologia, por exemplo, o país assinalou que a contenção e repressão da China não é “remover os riscos”, mas criá-los. A parte chinesa se opõe ao controle de exportação, à censura de investimento e às sanções unilaterais.

A parte norte-americana afirmou estar contente por ver o desenvolvimento e a prosperidade da China e não procura reprimir e conter o desenvolvimento da China nem o desacoplamento com o país.

Materializar as Perspectivas de São Francisco também necessita esforços conjuntos dos dois países para enfrentar os riscos e desafios proeminentes da humanidade, além de diminuir os fatores negativos, como o impedimento de intercâmbios culturais. Hoje, São Francisco deve se tornar um novo ponto de partida para estabilizar as relações sino-norte-americanas. A China espera que os Estados Unidos aprendam com as lições anteriores, ajam na mesma direção com a China e ponham em prática os consensos importantes alcançados entre os líderes dos dois países.

Tradução: Paula Chen

Revisão: Diego Goulart