Um grupo de empresários chineses com investimentos em Angola reagiu com enorme satisfação ao Decreto Presidencial n.º 189/23, publicado em Diário da República no princípio do mês em curso, sobre a isenção de vistos de turismo a cidadãos de 98 países, incluindo a China, para estadias anuais em território angolano inferiores a 90 dias por ano.

Em entrevista ao Grupo de Mídia da China (CMG, na sigla em inglês), em Luanda, a empresária chinesa Michelle, que tem investimentos em peixaria, alimentação, fábrica de óleo de soja e automóveis ligeiros e pesados, a iniciativa do Presidente de Angola merece ser enaltecida, sobretudo por representar uma abertura do país ao turismo estrangeiro.

“Esta medida tem grande relevância, porque a abertura dos vistos de turismo vai facilitar muitos chineses a virem para Angola. Antes era um pouco difícil obter o visto, mas agora será muito mais aliciante e agradável para os nossos compatriotas chineses”, disse.

A comerciante, que usa um apelido de nome inglês, referiu ainda estar com “enorme expectativa” de que com a vinda de muitos turistas, tanto da China como de outros países, “Angola ganhará muito mais com o turismo”, admitindo a possibilidade de surgir mais oportunidades de investimentos para o país africano.

Quem se mostrou igualmente feliz com o Decreto Presidencial angolano é a empresária Helena (apelido angolano), tendo assegurado estar confiante que o Presidente João Lourenço não vai se arrepender por ter tomado a decisão de isentar os vistos para turistas que pretendam conhecer o país.

“Angola está numa fase de desenvolvimento e diversificação da sua economia e precisa também do turismo. Os chineses estão muito interessados em conhecer Angola e de descobrir oportunidades de investimento”, afirmou.

Outro empresário chinês, que usa como apelido Nelson Mandela, em homenagem ao antigo Presidente da África do Sul, confessou que a notícia sobre a isenção de vistos para os cidadãos chineses e de outros países vai ajudar a unir os povos e as respectivas culturas.

“Antes precisava tratar visto e tinha dificuldades, mas agora a isenção de vistos facilita a vida aos chineses. Já vamos poder estar em Angola durante duas a três semanas e regressar para a China”, revelou, referindo que quando qualquer cidadão chinês quiser fazer algum investimento poderá tratar de visto de trabalho.

“Temos negócios em Angola e a nossa empresa é uma fábrica de sacos de plástico”, acrescentou.

Eurico é um empresário chinês com investimentos no sector da Construção Civil. Revelou que como impacto “a medida para o visto vai facilitar muito a circulação de chineses que estão em Angola”, assegurando que a iniciativa vem confirmar, ainda, a vontade do Executivo angolano no sentido de atrair mais investimento.

“Isso mostra a posição de abertura de Angola ao mundo, não apenas para a China, mas para os demais países”, sublinhou.

O Governo de Angola tomou a decisão de isentar vistos para os turistas que pretendam visitar o país, no âmbito de um programa que visa simplificar e agilizar o processo.

Os cidadãos beneficiários dos 98 países poderão usufruir da isenção de vistos de turismo, podendo permanecer até 30 dias por entrada em Angola e até 90 dias por ano.

No entanto, esta isenção não dispensa o cumprimento de outras formalidades, como a apresentação de um passaporte válido por mais de seis meses e, quando necessário, um certificado internacional de vacinação.

Para o continente asiático, estão isentos 11 países, designadamente os Emirados Árabes Unidos, Israel, Qatar, Japão, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Singapura, Timor-Leste e China. Na Europa, estão contemplados 35 países, incluindo Portugal. No continente americano, foram seleccionados oito países, o Brasil está na lista.

Por Paulo Caculo (Jornalista do Jornal de Angola)