O congressista republicano, Mike Johnson, foi eleito quarta-feira (25) o novo presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos com 220 votos a favor. No entanto, esse resultado foi muito dramático. Devido a conflitos internos no Partido Republicano, os três candidatos anteriormente eleitos foram “derrubados” um após o outro. Finalmente, no dia 25, depois de uma votação urgente dos republicanos, Mike Johnson, vice-presidente da Conferência Republicana da Câmara, foi eleito.
Por que foi Johnson? O jornal Washington Post descreveu esse conservador pouco conhecido como um seguidor leal do ex-presidente norte-americano Donald Trump. Porém, há outra razão inenarrável: Johnson tem muito pouca experiência na carreira, tendo sido membro da Câmara dos Representantes apenas por seis anos.
De modo geral, um presidente da Câmara dos Representantes deve atuar na instituição por 18 anos em média. Portanto, o republicano é chamado pela mídia como “o presidente da Câmara mais inexperiente dos Estados Unidos em mais de 140 anos”. Isso significa que todas as partes podem exercer influência sobre ele para promover os próprios planos.
O primeiro desafio para Johnson será se ele conseguirá unir o Partido Republicano? A maior tarefa do novo presidente da Câmara é fazer com que as facções extremamente divididas cooperem e combatam as diferenças e divisões internas.
Além disso, ele conseguirá chegar a um acordo com o Partido Democrata e evitar uma paralisação do governo? Analistas apontaram que o projeto de lei de dotação temporária de verbas aprovado anteriormente só poderá manter o funcionamento do governo federal até 17 de novembro. Além disso, o novo presidente da Câmara se opõe à ajuda à Ucrânia, mas apoia a oferta de suporte a Israel. A concorrência entre ele e o presidente dos EUA, Joe Biden, também pode ser inevitável.
O desenho do sistema democrático norte-americano é muito ideal. Seu pressuposto é que as elites políticas sejam cautelosas e prudentes e saibam como equilibrar os interesses das demandas pessoais, dos partidos e do país.
No entanto, nessa “farsa” da destituição e eleição do presidente da Câmara dos Representantes, o individualismo extremo era muito evidente e o sistema político norte-americano não tem resposta para isso. Os estadunidenses ficaram frustrados porque os legisladores estão completamente em desacordo, o sistema político está em frangalhos e o resplendor da política democrática desapareceu.
Sendo dominantes do poder da única superpotência do mundo, a habilidade mais importante dos políticos norte-americanos deve ser ajudar o país a resolver problemas. Agora, porém, a maior capacidade de alguns deles é criar problemas. Será que os aliados dos norte-americanos que acreditam cegamente nas promessas do país e que “usam os Estados Unidos como seu apoiante” deveriam acordar?
Tradução: Paula Chen
Revisão: Patrícia Comunello