Seminário traz perspectivas e desafios para próxima década do Cinturão e Rota
Fonte: CMG Published: 2023-10-27 15:55:15

Quais pilares são fundamentais para alcançar um desenvolvimento de alta qualidade na cooperação do Cinturão e Rota para os próximos 10 anos? No seminário promovido pelo Grupo de Mídia da China, especialistas em estudos chineses do Brasil, Portugal e Moçambique apresentaram perspectivas e análises sobre a iniciativa “Cinturão e Rota” que acaba de celebrar sua primeira década de conquistas com um fórum realizado no último dia 18 em Beijing, contando com presença de 10 mil representantes de 151 países e 41 organizações internacionais.

Em torno dos três princípios aplicados pela China na cooperação do Cinturão e Rota - a consulta extensiva, a construção conjunta e o compartilhamento dos benefícios, os participantes concordaram que os resultados dentro da iniciativa propiciaram uma demonstração persuasiva para o mundo avançar rumo à prosperidade comum.  

O professor da Fundação de Getúlio Vargas Evandro Carvalho, que esteve presente no subfórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional, citou diversos relatos dos participantes sobre os impactos positivos dos projetos de infraestrutura nos respectivos países, observando que a Nova Rota da Seda não apenas vem concretizando uma interconectividade global por vias marítima, terrestre e aérea, como ainda está promovendo o intercâmbio de pessoas e diálogo intelectual. Dessa forma, a iniciativa sempre respeitou as diferenças de cada país, suas culturas e sistemas de organização social, entre outras. Tópicos que estão em linha com o conceito de comunidade de futuro compartilhado para toda a humanidade.

O presidente do Observatório da China, Rui Lourido, lembrou que Portugal foi um dos primeiros países europeus a assinar o acordo de participação no Cinturão e Rota. Os benefícios gerados pela iniciativa chinesa são amplamente expressivos nos países em desenvolvimento, aos quais os acadêmicos europeus deveriam dar devido reconhecimento.

Ao entender o Cinturão e Rota como uma iniciativa totalmente diferente da cooperação tradicional da Europa e dos Estados Unidos, ele chamou atenção à forte mensagem do discurso principal do presidente chinês, Xi Jinping, para a abertura e a união, e não para a competição. O perito português preconiza que a Europa precisa pensar de forma séria qual é o papel que deseja desempenhar para promover a paz e o desenvolvimento mundial.

Aos olhos do jornalista moçambicano Alberto Zuze nada é mais satisfatório do que presenciar de perto o 3º Fórum do Cinturão e Rota, com o empenho de muito trabalho dos líderes envolvidos, e testemunhar as grandes mudanças que ocorreram no seu país nos últimos 10 anos. Construções como a ponte Maputo-Katembe e o complexo do Centro Cultural abriram oportunidades prósperas para os jovens moçambicanos buscarem seus sonhos. Zuze, que está cada vez mais proativo na divulgação dos êxitos do Cinturão e Rota nos países africanos, lembrou da fala do presidente chinês, que lhe marcou muito. “Vamos caminhar juntos de mãos dadas.”

Já o economista brasileiro José Nelson Maia refutou com dados e pesquisas a chamada “armadilha de dívida”. Ele aponta que a cooperação do Cinturão e Rota tem priorizado programas de ajuda externa da China e de abertura comercial internacional, oferecendo uma alternativa mais atrativa aos esquemas tradicionais e financiamentos, sobretudo para os países do Sul Global. “Tudo isso contribuiu para ajudar a eliminar os antigos gargalos que limitavam o desenvolvimento dessas nações”, destacou. O pesquisador brasileiro finalizou apontando que o aumento da transparência e da supervisão na execução de obras de infraestrutura da iniciativa “Cinturão e Rota”, reforçado por Xi Jinping, vai otimizar ainda mais seus impactos sobre as populações beneficiadas.  

No que tange às notícias falsas pelas quais os europeus confrontam a China, o pesquisador da Universidade de Lisboa, Antônio dos Santos Queirós, julgou que o Ocidente não consegue vencer a luta ideológica, mas ele acredita que as difamações não terão mais espaço à medida que novos progressos sejam alcançados no Cinturão e Rota. Ele aponta que os futuros projetos poderão ter mais componentes de desenvolvimento sustentável, já que a China tem experiência na construção piloto de ecocivilização. O professor português afirmou ainda que a difusão da cultura chinesa será um passo essencial para amplificar a força de convocação e influência global da iniciativa “Cinturão e Rota”.

Por último, o editor internacional do portal Brasil 247, José Reinaldo, salientou que os oito passos formulados por Xi Jinping para a próxima jornada da cooperação do Cinturão e Rota são inovadores no sentido de compor um paradigma para o desenvolvimento global.


Reportagem: Isabel Shi e André Hu.