A iniciativa Cinturão e Rota (em inglês: Belt and Road Initiative) é uma estratégia de desenvolvimento adotada pelo governo chinês que fez crescer diversos países parceiros projetando monumental de infraestruturas e de desenvolvimento económico local.
Na África particularmente, foi construída a maior ponte suspensa do continente africano em Moçambique. O viaduto faz a ligação entre Maputo e Katembe e é a mais cara obra pública do país depois da independência.
A ponte foi financiada e construída pela China, um empreendimento “chave na mão” que arrancou com um valor base de US$ 785 milhões, incluiu a construção de 200 quilómetros de estradas, tais como a via circular à capital e a ligação à Ponta do Ouro, junto à fronteira com a África do Sul (com outras cinco pontes menores).
A construtora chinesa China Road and Bridge Corporation (CRBC), foi a empresa responsável pela construção da ponte Maputo-Katembe e da Estrada Circular de Maputo, no âmbito da parceria entre os governos chinês e moçambicano, inserida na iniciativa Cinturão e Rota.
A maior ponte suspensa da África (Ponte Maputo-Katembe)
Segundo o director-geral da Representação de Moçambique da CRBC, Bai Pengyu, a implantação da ponte, nota-se uma melhoria na vida das pessoas, com o surgimento de novas infraestruturas de relevância para a economia local e geração de postos de trabalho na região.
"A maior parte dos trabalhadores envolvidos na construção da ponte acabou por fixar residência no distrito, contribuindo para a expansão das áreas urbanas", disse.
Explicou, por outro lado, que muitos trabalhadores envolvidos na construção dos projectos não tinham conhecimento técnico, mas ganharam experiência e hoje trabalham noutras empresas.
A ponte Maputo-Katembe tem um tabuleiro suspenso de 700 metros e duas rampas com pouco mais de um quilómetro cada, atravessando a baía a 60 metros de altura da água suficiente para sob ela navegarem os cargueiros que passam pelo porto de Maputo.
A ponte foi inaugurada a 10 de novembro de 2018, ligando os lados sul e norte da Baía de Maputo, capital do país. Na cerimônia de inauguração, o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que a ponte concretizou um sonho do seu povo de muitos anos.
Director-geral da Representação de Moçambique da CRBC, Bai Pengyu
A CRBC manifestou recentemente a disponibilidade de apoiar a implementação, no próximo ano, do projecto de metrô de superfície na região metropolitana do Grande Maputo.
A pretensão foi tornada pública pelo director-geral da Representação de Moçambique da CRBC, Bai Pengyu, realçando que já existe um projecto conceptual submetido às autoridades governamentais para construir um corredor.
As obras para construção do metrô de superfície para solucionar os problemas de mobilidade na área metropolitana estava previsto para começar este ano, mas tiveram que ser reprogramadas devido a questões conjunturais.
Fábrica de Cimento Dugongo
Cinturão e Rota fez crescer economia e reduzir o custo de vida
A ponte Maputo-Katembe, trouxe consigo o desenvolvimento em Moçambique, pois através dela foi possível notar várias outras infraestruturas erguidas de outro lado do mar. É o caso da fábrica de cimento Dugongo, instalada no distrito de Matutuíne, na província de Maputo.
A fábrica de cimento, inaugurada em 2021, pelo presidente moçambicano, Filipe Nyusi, faz parte do pacote da iniciativa do Cinturão e Rota, no capítulo da construção de infraestruturas e de interconectividade e na cooperação pragmática entre Moçambique e China.
Em nível social, a Dugongo fornece o cimento ao mercado nacional em quantidade, qualidade e a preço aceitável visando contribuir para o desenvolvimento de Moçambique.
Para a construção da fábrica, foram investidos cerca de 600 milhões de dólares, a empresa tem a capacidade de produção de 1,8 milhão de toneladas de cimento por ano, empregando 500 pessoas, das quais 400 são moçambicanos.
Diferentemente das outras catorze unidades industriais existentes no país, a fábrica de Matutuíne tem a particularidade de utilizar matéria-prima local.
Administrador do Pelouro de Operações da Dugongo, Issufo Ali
Segundo o administrador do Pelouro de Operações da Dugongo, Issufo Ali, a par da criação de melhores condições de habitabilidade para as famílias abrangidas pelo projecto, a empresa emprega mais 400 jovens, maioritariamente provenientes das comunidades circunvizinhas.
"Cento e vinte e uma casas destinadas ao reassentamento das famílias abrangidas pelo projecto de exploração de calcário para a fábrica de cimentos Dugongo, no distrito de Matutuíne, na província de Maputo, foram concluídas", disse.
Anotou que foram implantadas na localidade de Missevene, posto administrativo da Bela Vista, as referidas casas que fazem parte de um lote de 235 habitações previstas no âmbito do mesmo programa.
Issufo Ali disse que a empresa presta especial atenção à contratação de mão-de-obra local, que se mostra altamente motivada para trabalhar nos diferentes sectores.
“A média de idade dos colaboradores, na sua maioria estudantes e recém-graduados, é de 28 anos. Procuramos transmitir os conhecimentos técnicos, como forma de consolidar o que aprenderam na academia”, disse.
Por: A.Z, Moçambique