África e China juntos podemos promover a industrialização dos países africanos, aumentar o comércio, desenvolver o espírito de empreendedorismo nos nossos jovens e, acima de tudo, criar empregos, através de grandes investimentos continentais e globais.
Disse o Presidente em exercício da União Africana (UA) e Chefe de Estado das Comores, Azali Assoumania, através de uma mensagem lida pelo seu representante, o vice-primeiro-ministro da Etiópia, Demeke Mekonnen, por ocasião do 60º aniversário da criação da então Organização da Unidade Africana, acutal União Africana, celebrado na quinta-feira, 25 de maio, em Beijing, China.
Segundo Assoumania, é possivel em conjunto, criar as condições para a livre circulação de bens e pessoas no espaço continental, através do estabelecimento da Zona de Comércio Livre Continental Africana.
“Este é o momento de garantir uma voz da África no mundo inteiro, pós este ano celebramos o Dia da África, sob o lema 'A nossa África, o nosso futuro', este é o momento de fazermos um balanço desta trajetória de vida”, disse.
Anotou que apesar das nossas conquistas, vamos tirar lições dos nossos fracassos, de melhorar o futuro e de oferecermos perspectivas promissoras aos nossos queridos povos.
“Os nossos países africanos, como todos sabem, enfrentam vários grandes desafios, sejam as mudanças inconstitucionais de poder que se multiplicaram nos últimos anos, sejam os conflitos inter e intra africanos que persistem ou o terrorismo”, recordou.
A paz, a segurança, a democracia e o desenvolvimento do nosso continente estão ameaçados em várias das nossas regiões.
O líder da UA, apela aos líder africanos para apoiar a convencer os irmãos no Sudão a dar prioridade ao diálogo, para que cesse a guerra fratricida que se arrasta neste país há várias semanas, e que só irá enfraquecer ainda mais este grande país irmão.
“Também estamos sofrendo as consequências do conflito russo-ucraniano, que causou alta inflação com consequências de níveis extremos de insegurança alimentar, e tudo isso depois de ter passado por uma crise de saúde particularmente grave de COVID-19.
Assim, devemos refletir juntos sobre as ações a serem realizadas para erradicar a pobreza, que atinge uma parte muito grande de nossas populações e que constitui o principal foco de terrorismo em nosso continente.
Entre 1963 e 2002, a Organização da Unidade Africana conseguiu atingir dois grandes objetivos num contexto histórico particular, nomeadamente, a conclusão da descolonização de África e o fim do Apartheid na África do Sul.
Estas duas lutas exigiram muito empenho, energia, voluntarismo e abnegação, mas foram realizadas com sucesso, graças à unidade e solidariedade africana.
“É verdade que apesar desses resultados positivos e apreciáveis, é claro que certas injustiças ainda persistem e que alguns de nossos Estados ainda lutam pela integridade territorial de seu país”, observou.
Por Alberto Zuze, jornalista de Moçambique