Comentário: Documentos confidenciais dos EUA partiram mais uma vez os corações de seus aliados
Fonte: CMG Published: 2023-04-13 10:48:10

“Com um amigo assim, quem precisa de inimigos?” A famosa declaração do ex-presidente do Conselho Europeu Donald Tusk ao avaliar decisões egoístas e caprichosas dos Estados Unidos foi aprovada mais uma vez no recente vazamento de documentos altamente confidenciais do Pentágono.

Desde início de março, mais de 100 documentos secretos de inteligência militar dos EUA foram divulgados na internet, cujos conteúdos incluem guerra na Ucrânia e espionagem contra líderes da Ucrânia, Coreia do Sul e Israel. Foi o caso mais grave relacionado à inteligência dos EUA desde o caso de Edward Snowden ocorrido em 2013.

No dia 11 deste mês, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd J. Austin III, disse que só ficou sabendo do assunto um mês depois do vazamento. Ao mesmo tempo, autoridades norte-americanas disseram que vão realizar investigações criminais contra o autor. A declaração é como um reconhecimento da verdade dos documentos.

Os arquivos mostram que Washington não acredita em nenhum país, incluindo seus aliados, cujos líderes são apenas ferramentas para defender sua hegemonia. Analistas indicam que os aliados dos EUA podem se sentir mais feridos do que no caso de Snowden.

Por que os Estados Unidos estão tão obcecados com a vigilância? Primeiro, no pensamento hegemônico dos EUA, não existe amigo ou aliado. Para os norte-americanos, os chamados aliados são apenas vassalos. Já na primeira Guerra Mundial, Washington começou a espionagem e a vigilância. Após a segunda Guerra Mundial, os EUA disseram que dariam proteção e auxílio econômico para seus aliados. No entanto, sua maneira bélica e arrogante violou cada vez mais os interesses dos aliados que querem manter distância de Washington. Para continuar controlando os aliados, os estadunidenses precisam reforçar a vigilância.

Segundo, a espionagem é também uma maneira de obter mais interesses econômicos. O ex-diretor da Agência Central de Informações (CIA) R. James Woolsey reconheceu que as informações obtidas pela CIA ajudaram a Boeing a conseguir uma grande encomenda da Arábia Saudita ao vencer a Airbus.

A amizade não significa nada perante o egoísmo estadunidense. Como disse o ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, ser inimigos dos EUA é muito perigoso, mas ser aliados é fatal.

Tradução: Luís Zhao

Revisão: Diego Goulart