Aterrissando na China novamente depois de 17 anos, o jornalista e colunista brasileiro em Genebra, Jamil Chade, descobriu um país vibrante e mais acessível para os estrangeiros, com um cenário totalmente diferente de antes, especialmente nessa ocasião excepcional de reabertura após a pandemia de COVID.
Vindo a Beijing para cobrir a visita de Lula, que foi adiada para os dias 12-15 de abril, Jamil Chade enfatizou que o Brasil necessita pensar de forma muito estratégica o seu relacionamento com a China, com vista que não somente atue como vendedor de produtos, mas que também faça parte da cadeia mundial de produção e atraia um investimento prestigioso para a sua reindustrialização.
Neste processo, as novas instituições financeiras multilaterais, como o Novo Banco de Desenvolvimento e o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, podem fornecer uma outra fonte de financiamento sem impor pre-condições. “Agora, a posse de Dilma Rousseff como presidente do NBD eleva a importância desse órgão e traz boas perspectivas.”
Já “o século 21 será definido pelo papel da China, que assume com sua ascensão”, assim observou Jamil Chade analisando as mudanças dramáticas que estão sendo sentidas na disputa geopolítica. Ele apontou que o Ocidente precisa reconhecer que o crescimento do mundo agora vem da Ásia. Uma vez que não havia transformação na estrutura internacional por muitos anos, os países emergentes como Brasil e China demonstram cada dia mais a frustração em relação à arquitetura desenhada depois da Segunda Guerra Mundial, onde suas vozes continuam ausentes.
No entanto, o comentarista brasileiro indicou que a futura situação mundial ainda não está clara e o interesse dele é observar se o desembarque da China em outros países não os levará a uma nova dependência. Confira o debate!