O acidente nuclear da usina de Fukushima já completou 12 anos, mas o governo japonês não recuperou sua credibilidade pública, ao contrário, está cada vez mais longe do caminho certo.
O ministro da Economia do Japão, Yasutoshi Nishimura, apresentou o plano de despejar a água contaminada no mar no dia 25 em Fukushima. Como sempre, pescadores locais manifestaram forte oposição. Quando foi questionado qual era o critério para definir se o público concorda ou não com o plano, Yasutoshi Nishimura disse que não há um critério.
Em abril de 2021, o governo japonês divulgou seu plano de despejar água radioativa no mar a partir da primavera de 2023. Deste o início, esta decisão foi criticada pela comunidade internacional, mas o Japão nunca parou de impulsionar o plano. Em julho do ano passado, enquanto o grupo de trabalho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estava fazendo investigações, o governo japonês aprovou oficialmente o projeto.
Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Coreano de Ciência e Tecnologia Oceânica da Coreia do Sul, o elemento radioativo, trítio, na água contaminada do Japão poderá se espalhar para toda a área norte do Pacífico por dez anos. Além disso, o especialista do Greenpeace Shaun Burnie indicou que a água de Fukushima conta com muitos outros elementos que não podem ser filtrados, como o carbono 14, cujo período de meia-vida é de mais de 5000 anos.
Na recém-realizada Cúpula Especial do Fórum dos Países Insulares do Pacífico, os participantes manifestaram mais uma vez sua veemente oposição à decisão do Japão. Segundo eles, este não é um assunto doméstico do Japão, mas um importante caso que poderá influenciar o mundo inteiro. Na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas realizada no dia 14, representantes da China e da Rússia sublinharam que a conduta japonesa poderá prejudicar gravemente o meio ambiente marítimo, o sistema ecológico e a saúde de todos.
Mesmo com amplas críticas, a parte japonesa continua acelerando a aplicação do plano. A agência de notícias Kyodo revelou no dia 22 que o Japão tentará colocar seu plano de despejar a água de Fukushima no mar na declaração conjunta da Cúpula do G7 que será realizada em maio deste ano.
O mar é a base para a sobrevivência e desenvolvimento da humanidade. Como um país signatário da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, o Japão tem a responsabilidade e o dever de proteger o meio ambiente marítimo. No entanto, escolher a maneira mais fácil e econômica para tratar da sua água radioativa é uma conduta muito egoísta.
Tradução: Luís Zhao
Revisão: Diego Goulart