A China reabre as fronteiras nessa semana depois de relaxar rígidas restrições sanitárias aplicadas durante os três anos de pandemia. A onda de infeção por COVID-19 gerou preocupação da mídia internacional com a capacidade hospitalar e resiliência econômica do país.

Morador de Wuhan por 12 anos, o especialista brasileiro em Administração Pública chinesa, José Renato Peneluppi Jr., relatou que desta vez viu a China parar devido à ampla contaminação do ômicron, mas em duas semanas, a dinâmica se recuperou. Observou que os hospitais lotados também voltam ao normal rapidamente. “E isso se deve a vacinação acumulada e preparação para estrutura médica”, explicou o pesquisador, que tem estudado o combate à COVID na China desde 2020. Segundo ele, 82% da população chinesa já havia completado a terceira dose até o final do ano passado e o número de leitos nas UTIs aumentou de 57 mil para 215 mil em três anos.

(Corte 1: situação da China após flexibilização das medidas sanitárias )

A rápida passagem do pico de transmissão eleva a expectativa para o desempenho da economia chinesa em 2023. Várias instituições internacionais, como Goldman Sachs e Morgan Stanley, preveem que o PIB chinês pode crescer entre 4,4% e 5,5%. Quanto ao impacto à economia mundial, Renato Peneluppi, também membro do think-tank não governamental Center for China and Globalization (CCG), indicou que o turismo de vários países já sente fortemente esse fluxo da reabertura chinesa. “O mercado consumidor robusto da China tem capacidade de afetar os setores globais”, destacou ele, acreditando em um ano promissor.

（Corte 2:  Relações China-Brasil）

No que diz respeito à parceria Brasil-China, Renato Peneluppi antecipou um tom positivo no novo governo Lula, detalhando diversos campos de cooperação potenciais entre os dois países através da comparação entre os discursos e planos estratégicos de Xi Jinping e Lula. Confira toda a conversa!