Comentário: Por que o Reino Unido não ouve a voz da OEA na questão das Malvinas?
Fonte: CRI Published: 2022-10-08 21:38:36

Na 52ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), encerrada nessa sexta-feira (7), todos os representantes aprovaram uma resolução para defender os direitos legais da Argentina às Ilhas Malvinas e pediram a adoção de negociações pacíficas para resolver as disputas.

Não é a primeira vez que a OEA faz essa declaração. O organismo já aprovou várias resoluções que apoiam resolutamente a recuperação da soberania argentina sobre as ilhas, por meio do diálogo pacífico.

A questão das Ilhas Malvinas é considerada um “fóssil vivo” do colonialismo. Em 1816, a Argentina herdou a soberania sobre as Malvinas, após conquistar a independência do domínio colonial espanhol. Em 1833, o Reino Unido, que estava promovendo a expansão colonial na América do Sul, ocupou as ilhas à força. Em 1965, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que incluiu a questão das Malvinas na categoria de "descolonização", instando o Reino Unido e a Argentina a resolverem a disputa de soberania por meio de negociações. Em 2016, a Comissão sobre os Limites da Plataforma Continental das Nações Unidas determinou que as Malvinas estão localizadas nas águas territoriais da Argentina.

O Comitê Especial de Descolonização das Nações Unidas instou também várias vezes o governo britânico a negociar com o lado argentino, porém, a orientação foi recusada repetidamente. A questão das Malvinas caiu em um impasse.

Por que o governo britânico se recusa a sentar na mesa das negociações? Além de querer se apropriar das riquezas naturais  de petróleo e gás natural existentes nas águas da região, quer também manter a presença militar na América Latina, através de exercícios militares regulares e da implantação de armas antiaéreas. Com essas ações, o Reino Unido revive o antigo sonho do "império no qual o sol nunca se põe".

Na 51ª reunião recém-encerrada do Conselho de Direitos Humanos da ONU, todos os participantes pediram que o governo britânico e outros países ocidentais reflitam sobre o pecado histórico do colonialismo e tomem medidas para corrigir seus erros. O apoio da comunidade internacional à Argentina para a recuperação da soberania sobre as Malvinas reflete a justiça internacional, em favor de um mundo multipolar em oposição à visão colonialista. Face às vozes justas, a parte britânica se faz de surda. Deve retomar as negociações e devolver as ilhas ao povo argentino o quanto antes. O colonialismo deve chegar ao fim pelo caminho da democratização das relações internacionais.

Tradução: Florbela Guo

Revisão: Patrícia Comunello