Comentário: Repetições da “tragédia de George Floyd” são uma vergonha para os EUA
Fonte: CRI Published: 2022-10-06 19:28:05

A China manifestou ultimamente, na 51ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, fortes preocupações com a discriminação mostrada por orgãos de execução da lei dos EUA e de alguns outros países contra minorias étnicas, e aconselha que esses países reflitam o porquê da existência do racismo em seus próprios territórios e respeitem efetivamente a Declaração e Plano de Ação de Durban, de modo a evitar a repetição da “tragédia de George Floyd”.

“Eu não consigo respirar.” Foi o que disse o afro-americano, George Floyd, ao ser sufocado por um policial branco, que se ajoelhou sobre seu pescoço, em maio de 2020. O caso, que provocou protestos e tumultos maciços em todo o país, não fez, no entanto, que as autoridades estadunidenses refletissem. Estatísticas mostraram que durante um ano após a morte de Floyd, pelo menos outros 229 afro-americanos foram mortos pela polícia nos EUA. Neste ano, aconteceu uma série de casos no país envolvendo violência contra pessoas de ascendência africana por policiais, e muitos deles foram de extrema brutalidade.

Em junho passado, por exemplo, Jayland Walker, jovem negro de 25 anos, foi atingido por 60 tiros durante uma ação policial em Akron, no estado norte-americano de Ohio; no mesmo mês, um homem afro-americano no estado de Connecticut ficou paralisado após ter sido detido pela polícia local; em julho passado, o afro-americano Brandon Calloway foi espancado por policiais no Tennessee depois de supostamente ter passado o sinal vermelho. Estas tragédias revelam a hipocrisia dos EUA no que diz respeito aos direitos humanos: a sociedade estadunidense não é nenhum “paraíso democrático” que seus políticos costumam se gabar. É, na verdade, uma sociedade doente, na qual até mesmo o direito básico à vida se encontra em perigo.

Por que a violência contra pessoas de ascendência africana é tão prevalecente nos Estados Unidos? No fundo, é um reflexo do racismo profundamente enraizado na sociedade estadunidense. Desde a história sombria do comércio de escravos e o massacre de indígenas, até as más condições e miséria sofridas por afro-americanos e outras minorias étnicas observadas hoje em dia, a “supremacia branca” nunca deixou de existir nos EUA. Com o surto da epidemia de Covid-19, contradições só se intensificaram na sociedade estadunidense. Políticos americanos usaram minorias étnicas como “bodes expiatórios” para encobrir sua falha na resposta à epidemia, aumentando as tensões raciais e o ódio entre diferentes etnias.

Analistas têm apontado que nos EUA, as minorias étnicas só recebem atenção simbólica em épocas de “política eleitoral”, e que os políticos do país não têm interesse ou motivação para corrigir as falhas institucionais da sociedade. Desde que existam problemas sociais profundamente enraizados como a discriminação de identidade, o fosso educacional e a falta de segurança judicial, casos extremos de racismo continuarão nos Estados Unidos.

Diante das críticas, os EUA deveriam parar de fingir não ouvi-las, mas sim, usá-las como um impulso para melhorar a situação dos direitos humanos no país. Antes de interferirem em outros países em nome dos direitos humanos, os EUA deveriam primeiro “limpar sua própria casa”.

Tradução: Inês Zhu

Revisão: Erasto Santos Cruz