O exemplo da China na eliminação da extrema pobreza mostra ao Brasil que tem a potencialidade de avançar na mesma direção. É assim que o presidente da Academia Paulista de Letras, José Renato Nalini, vê o papel importante da troca entre diferentes culturas e civilizações.
Como secretário estadual de Educação de São Paulo entre 2016-2018, Nalini testemunhou o bom efeito da aprendizagem mútua entre o Brasil e o China, vendo como os estudantes paulistas melhoraram a assiduidade e o respeito pelos professores após a participação do concurso promovido com o Consulado da China em São Paulo, no qual os alunos tiveram oportunidade de conhecer os valores tradicionais chineses quando fizeram pequenos filmes sobre a cultura oriental.
“A China tem uma expertise no método de educação e no uso de tecnologias, sabendo desenvolver a criatividade e o empreendedorismo nos jovens para se prepararem para futuro”, avaliou Nalini, apontando que há um leque imenso para os dois lados promoverem o intercâmbio. Falando do contato crescente entre pessoas de culturas diversas, ele destacou que não é necessário que o mundo seja padronizado, pelo contrário, cada um preserva suas características, sua cultura e seu temperamento. “O essencial é que as pessoas conversem e convivam sem receio de ver o outro como inimigo”, enfatizou.
Atento ao desenvolvimento da China, José Nalini admira que o país mais populoso do planeta tenha conseguido melhorar a qualidade de vida do seu povo em poucas décadas, creditando os êxitos à gestão, disciplina, eficiência e planejamento com objetivos permanentes do governo chinês e do Partido Comunista da China.
No palco internacional, o jurista brasileiro observou que o empenho da China em se incorporar na realidade mundial demonstra que ela não está pensando apenas nela. “A China não age com prepotência como outras hegemonias, mas vem com uma postura de muita cooperação”, apontou. Ele exemplifica as propostas chinesas, como o Cinturão e Rota e a Iniciativa de Desenvolvimento Global, como caminho para os povos de todo o mundo alcançarem seus sonhos comuns e simples de levar uma vida melhor.
Dessa forma, José Nalini está otimista sobre o investimento chinês no Brasil e torce para que os dois países se aproximem e dialoguem mais. “Passando por inúmeros revezes, inclusive fragmentações e invasões, a China hoje está ali em pé, confiante, trabalhando e aprendendo.” Ele concluiu dizendo que essa história vale todo o respeito e basta constatar a China como um parceiro valioso.