O presidente chinês, Xi Jinping, conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na noite de quinta-feira (28). Os dois chefes de Estado tiveram uma conversa franca sobre o relacionamento sino-norte-americano e as questões de interesse comum. Xi Jinping salientou as responsabilidades dos dois países, ponderando que os EUA fazem um julgamento errado sobre as relações bilaterais e não compreendem o desenvolvimento da China. O líder chinês também frisou sua posição na questão de Taiwan.
De seu lado, Biden declarou que os Estados Unidos buscam desenvolver a cooperação com a China e vão tratar das divergências de forma adequada. O presidente norte-americano prometeu que não mudará a política de “uma só China” e garantiu que não apoia a independência da ilha.
Trata-se do quinto diálogo entre os dois chefes de Estado desde a posse de Biden, sendo também uma conversa de suma importância no atual momento. Devido aos impactos da pandemia de Covid-19 e da crise ucraniana, os déficits de desenvolvimento e segurança ganham mais destaque. Nesse contexto complicado, a comunidade internacional espera que a China e os EUA possam controlar as divergências e desempenhar um papel de liderança na manutenção da paz e segurança mundial e na promoção do desenvolvimento do planeta.
A julgar pelo conteúdo da conversa, ambas as partes querem resolver as divergências e expressaram a vontade de cooperação. Xi Jinping apontou claramente que considerar e definir as relações sino-americanas sob a perspectiva da competição estratégica, tomando a China como maior oponente e o mais severo desafio de longo prazo, é um julgamento errado sobre os laços bilaterais, dando uma orientação errônea aos povos dos dois países e à comunidade internacional.
Além disso, o líder chinês também afirmou que os dois países devem manter uma comunicação sobre as grandes questões, como a coordenação de políticas macroeconômicas, manutenção da estabilidade das cadeias globais da indústria e de suprimento e garantia da segurança energética e alimentar. As duas maiores economias mundiais precisam cooperar para impulsionar a solução das questões regionais importantes e amenizar os danos da pandemia, sair da situação de estagflação econômica e dos riscos de recessão e defender o sistema internacional centrado na ONU e na ordem baseada no Direito Internacional.
O presidente chinês também reiterou a posição do país na questão de Taiwan. Isso porque o assunto é o tema mais importante e sensível no relacionamento sino-americano, já que a situação atual no Estreito de Taiwan enfrenta riscos crescentes devido às provocações constantes dos EUA.
Os três comunicados conjuntos China-EUA são uma promessa política das duas partes, e o princípio de “uma só China” constitui a base política dos laços bilaterais, destacou Xi Jinping. A China se opõe firmemente à independência da ilha e à intervenção de forças externas. Esta é uma mensagem clara transmitida pelo líder chinês ao governo dos Estados Unidos. O lado norte-americano deve perceber que, se a questão de Taiwan não for tratada de forma adequada, gerará um impacto subversivo nas relações bilaterais.
Os dois chefes de Estado consideraram que a conversa telefônica foi franca e profunda e concordaram na manutenção da comunicação. As equipes de trabalho das duas partes também vão continuar a interlocução e cooperação. Isso demonstra que, apesar de enfrentar um dilema, ambos os lados ainda têm vontade de controlar as divergências por meio do diálogo.
Os laços entre a China e os EUA não permitem uma deterioração contínua, e os dois países precisam fazer uma opção correta. A parte chinesa seguirá os três princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação de benefício recíproco. Por sua vez, os Estados Unidos devem corrigir sua percepção estratégica sobre a China e cumprir suas promessas na questão de Taiwan, para evitar a escalada da atual situação.
Tradução: Zhao Yan
Revisão: Patrícia Comunello