A escrita feminina foi descoberta por uma equipe de investigadores chineses, composta por antropólogos, arqueólogos e historiadores. Quando a delegação científica chegou ao distrito de Jiang Yong, encontrou somente três mulheres que sabiam ler e escrever a escrita feminina, aliás muito idosas. Então começou a recolher os objetos com escrita feminina, mas neste último trabalho, a equipe encontrou grande dificuldade por motivo que já mencionamos, isto é, quando morrem, os objetos com escrita feminina acompanham as finadas para outros mundos.
Sabe-se que, de início, os caracteres da escrita feminina eram escritos utilizando-se um palito fino de bambu e, com a evolução da técnica, adaptou-se ao pincel. Seus traços são simplres e fortes. Sua forma é quadrangular, ligeiramente inclinada e, como atributo próprio feminino, é delicada e elegante. Em termos de estrutura, equipara-se às demais línguas arcaicas chinesas: um mesmo caracter poderá possuir mais de uma variação fonética; não possui uma gramática rígida a que se deva obedecer, ficando a sua prática dependente da experiência do usuário.
Entre os especialistas na escrita feminina, salienta-se a atuação da professora Wang Chegnxi. Para decifrar o enigma, foi especialmente convidada Jiang Yong para juntar os materiais, arrumando-os e classificando-os. Paralelamente a este trabalho, escreveu também muitos artigos acadêmicos.
Como hipótese, especialistas explicam assim o surgimento da escrita feminina: a região em que se usava a escrita feminina situa-se num cruzamente das três províncias no interior da China, onde estavam conservados os antigos rituais muito complexos e os costumes e hábitos em relação ao casamento. Enquanto os casamentos eram decididos pela ordem dos pais e pelas palavras das casamenteiras, a concepção e o sistema de casamento eram fortemente influenciados pelos costumes das minorias étnicas na região, por exemplo: as noivas costumavam voltar à casa da mãe três dias depois da cerimônia nupcial e moravam até o nascimento do primeiro filho. Assim, as noivas gozavam, durante um período relativamente prolongado, de uma vida livre e alegre como a de antes do casamento, situação esta favorecia a formação de uma sociedade feminina ativa e isolada da sociedade dos homens, o que proporcionaria "terras fértis" para o surgimento do "código feminino", e da escrita feminina.
Informa-se que a escrita feminina está à beira de extinção com o falecimento de algumas "intelectuais" idosas da língua. Um programa de salvamento já tem sido executado na província. Especialistas dizem que a literatura na escrita feminina tem seu valor incalculável para os estudos das letras antigas, arqueologia, antropologia, etnologia, socialogia, filosofia e literatura. O salvamento da escrita feminina significa o respeito à civilização, e principalmente à intimidade do mundo das mulheres.