Todos os dutos de transporte de gás natural da Rússia para os países balcânicos e do Leste Europeu que passam pela Ucrânia foram fechados ontem (7), influenciando gravemente o abastecimento de gás de alguns países europeus, o que despertou grande atenção dos EUA e da comunidade européia.
Segundo as informações divulgadas ontem pela companhia de gás natural russa Gazprom, a Ucrânia não pode garantir o transporte completo de gás natural, por isso, a Rússia foi forçada a cortar, às 18h30 do mesmo dia (horário de Moscou), o abastecimento aos países da União Européia (UE) via Ucrânia.
A empresa de gás natural ucraniana Naftogaz afirmou antes que a Rússia já suspendera o abastecimento de gás natural ao país na manhã de ontem, por isso, a Ucrânia foi "obrigada a cortar" o transporte para a UE. Mas a Gazprom negou isso imediatamente e disse que não suspendeu o abastecimento de gás à UE. A empresa disse que o gás natural transportado foi cortado e guardado pela Ucrânia. O presidente russo, Dmitri Medvedev, negociou a questão com o presidente ucraniano, Viktor Yushchenko, pelo telefone.
Ontem, Romênia, Áustria e Bulgária confirmaram que o gás natural importado da Rússia já foi cortado completamente. A Romênia anunciou estado de emergência no abastecimento de gás natural do país. Mas a Roménia e Austrália disseram que atualmente têm reservas de gás natural suficientes para satisfazer a demanda energética em curto prazo.
O presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, telefonou para o primeiro-minsitro russo, Vladimir Putin, e para a primeira-ministra ucraniana, Yulia Timoshenko. Ele assinalou que o envolvimento dos países europeus nos conflitos de gás natural entre Rússia e Ucrânia é inaceitável e pediu que os dois países recuperem imediatamente o abastecimento de gás aos países da UE. Barroso acrescentou que os dois países concordaram com o envio de observadores internacionais à Ucrânia para supervisionar o transporte de gás natural.
No mesmo dia, o primeiro-ministro da República Tcheca, país que ocupa a presidência rotativa da UE, Mirek Topolanek, disse em Praga que, se o transporte de gás natural da Rússia não for recuperado dentro de um dia, a UE tomará medidas duras.
A Agência Internacional de Energia e o Departamento de Estado dos EUA declararam ontem que o corte no abastecimento de gás natural para a Europa é "inaceitável". O porta-voz do Departamento de Estados dos EUA, Robert Wood, sublinhou que, atualmente, o país ainda não quer interferir nos conflitos de gás natural entre Rússia e Ucrânia.
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