A convite do porta-voz da 4ª sessão plenária da 10ª Assembléia Popular Nacional da China Jiang Enzhu, o chanceler Li Zhaoxing(Li) concedeu uma entrevista à imprensa no Grande Palácio do Povo desta capital, dia 7 de março, respondendo às perguntas de jornalistas chineses e estrangeiros sobre a diplomacia chinesa e os problemas internacionais e regionais.
NHK(Japão): Terminaram hoje em Beijing as consultas nipo-chinesas sobre as jazidas de gás no Mar Oriental. Gostaria de perguntar quais foram as propostas que o governo chinês formulou? Como a China resolverá o problema? Além disso, existem muitos problemas entre a China e o Japão. Gostaria de perguntar como é que o senhor vê o encontro dos chanceleres dos dois países?
Li: A China e o Japão são vizinhos. O povo chinês quer manter a amizade com o povo japonês de geração em geração. Na atualidade, o maior problema das relações políticas entre a China e o Japão é que alguns líderes japoneses se obstinam até hoje em render homenagem aos criminosos de guerra da primeira categoria que desencadearam e dirigiram a guerra de invasão. Os dirigentes japoneses não devem fazer de novo as coisas que ferem os sentimentos do povo chinês e do povo de outros países vítimas da guerra de invasão. Esta é uma questão muito séria. Não só o povo chinês não pode aceitar este comportamento dos atuais dirigentes do Japão, muitas outras nações também não podem aceitá-lo. Um funcionário alemão me disse que os alemães não conseguem entender como os dirigentes japoneses podem fazer isso, uma besteira, uma imoralidade. Eles disseram que após a segunda guerra mundial, nenhum dirigente alemão continuou render homenagem a Hitler ou outros nazistas. Seja como for, as pessoas massacradas pelos nazistas não vão ressuscitar, mas pelo menos não devem fazer nenhuma coisa que possa ferir os sentimentos dos descendentes das vítimas. Um funcionário americano me disse que o povo americano também não esquece o que aconteceu no dia 7 de dezembro de 1941. Um amigo malásio me disse que no mesmo dia do ataque dos invasores japoneses a Pearl Harbor, estes promoveram um ataque aéreo à Malaca, causando grande baixa de civis inocentes. Os exemplos similares são muitos e não bastam provavelmente três horas para contar, por isso, agradecia que você transmitisse estas informações a seus ouvintes.
O princípio básico da China para desenvolver a boa vizinhança e a cooperação amistosa com o Japão não se mudou. A China continuará esforçando-se, segundo a proposta de cinco pontos formulada pelo presidente Hu Jintao dia 23 de abril do ano passado em Jacarta, em busca do melhoramento e expansão das relações sino-japonesas. 1) Observar rigorosamente os três documentos políticos assinados entre a China e o Japão e dedicar-se em ações ao desenvolvimento da amizade e cooperação entre os dois países voltadas ao século 21; 2) Persistir em "aprender com a história e voltar-se para o futuro". O Japão deve adotar uma atitude séria e prudente para tratar bem o problema histórico; 3) Tratar corretamente o problema de Taiwan. O Japão deve assumir seu compromisso em ações concretas feito em relação ao problema de Taiwan; 4) Persistir em tratar adequadamente as divergências entre a China e o Japão através do diálogo e consultas em pé de igualdade e 5) Fortalecer o intercâmbio e a cooperação bilaterais em diversos terrenos e o intercâmbio popular.
Gostaria de sublinhar que na questão da história, o povo chinês é vítima. Agora o ponto-chave é que alguns dirigentes japoneses devem mostrar sua sinceridade e coragem suficientes para corrigir sua própria ação errônea.
Quanto à questão do Mar Oriental, as atividades de exploração da parte chinesa se realizam nas águas próximas chinesas sobre as quais a China e o Japão não têm contenda. Existem as divergências entre a China e o Japão sobre a questão do Mar Oriental, isso é uma realidade. Ambas as partes têm expressado o desejo de resolver o problema através de negociações e cooperação. O diretor do Departamento Asiático do Ministério de Relações Exteriores da China, Hu Zhengyue, e o diretor do Birô de Assuntos Asiáticos e Oceânicos do Ministério de Relações Exteriores do Japão, Kenichiro Sasae, terminaram hoje em Beijing a quarta rodada de consultas sobre a questão do Mar Oriental. As consultas foram pragmáticas e construtivas. Ambas as partes concordaram em realizar a próxima rodada de consultas o quanto antes possível.
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