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(GMT+08:00) 2004-01-07 16:43:06    
Indústria cinematográfica chinesa registra profundas mudanças

cri

Por mais de meio século, a Corporação Cinematográfica da China (China Film) manteve o monopólio nacional da distribuição de filmes importados. Entretanto, o monopólio desfez-se recentemente, depois que outra distribuidora, a Companhia Huaxia, obteve uma licença da Administração Industrial e Comercial de Beijing, para entrar no mercado, uma vez recebida a autorização da AERCT.

A China importa aproximadamente 60 filmes por ano, a maioria dos quais são potenciais êxitos de bilheteria, o que coloca os cinemas a competir para obtê-los.

Os ingressoas anuais de bilheteria de filmes importados é de cerca de 50 por cento ou mais do total nacional. Em 2002, por exemplo, dos 900 milhões de yuans em rendimentos de bilheteria em escala nacional, 390 milhões corresponderam a 20 filmes importados. Entretanto, este saboroso prato do mercado cinematográfico esteve, por um longo período, disposto apenas para a China Film.

Um encarregado da distribuição de filmes disse: "Os contratos que a China Film firmava com outras companhias eram documentos que não admitiam alteração ou discussão". O diretor de comercialização das Linhas Cinematográficas Unidas de Shanghai, Wu Hehu acrescentou: "Agora que apareceu outra distribuidora e as duas companhias estão competindo pelo mercado, podemos decidir a que ofereça o melhor serviço",

China Film aposta em sua competência. Wong Li, seu gerente distribuidor, disse que o rompimento do monopólio naturalmente danifica os interesses da companhia, mas é um resultado inevitável do crescimento da indústria. "No futuro, nos valeremos das capacidades obtidas no passado, e promoveremos com eficácia a difusão de outros filmes".

Informa-se que a AERCT exige de ambas as distribuidoras entregarem 7 por cento de sua renda em bilheteria para a China Film. O diretor de publicidade cinematográfica e do departamento de distribuição da AERCT, Mao Yu disse: "Esses 7 por cento serão utilizados para subvencionar filmes infantis e étnicos, pois a China Film se responsabiliza com algumas funções governamentais".

A referida decisão constitui um grande salto adiante para a indústria cinematográfica da China, tendo em conta que a competição entre as duas companhias pode impulsionar ainda mais o desenvolvimento da indústria. Por outro lado, a distribuição de filmes importados alentará a realização de um maior número de filmes chineses. Mao Yu considerou que é necessário aumentar a dois terços do total nacional a arrecadação de bilheteria dos filmes feitos em casa".

Yu Dong, que começou a trabalhar na seção de distribuição dos estúdios cinematográficos de Beijing há 10 anos, disse sentir-se muito afortunado de haver participado na distribuição doméstica do filme de Chen Kaige, "Adeus, minha concubina", que compartilhou o prêmio principal do Festival de Cannes em 1993 e se alçou com duas candidaturas ao Oscar nos Estados Unidos.

Yu, agora chefe da Companhia de Bona, uma distribuidora privada fundada em 1999, fez de sua empresa uma das mais famosas do setor de distribuição de filmes na China.

No ano passado, Bona distribuiu cerca de 20 filmes, ganhando mais de 83 milhões de yuans pela venda de ingressos, o que supõe cerca de 10 por cento do total do país e quase 25 por cento do total da renda de bilheteria dos filmes domésticos. Recentemente, Bona foi a primeira entre empresas privadas autorizadas a distribuir diretamente filmes domésticos.

Segundo acordos firmados com a Organização Mundial de Comércio (OMC), aumentará o número de filmes estrangeiros que serão exibidos na China, o que implica maior pressão competitiva para os filmes locais.

Na indústria cinematográfica, a distribuição é um canal principal para que se consiga recuperar o investimento feito. Segundo Yu Dong, sua companhia ganhou reputação por seus serviços de qualidade e alta credibilidade. Ele e seus colegas fazem sugestões aos produtores sobre as demandas do mercado antes que alguns dos filmes sejam lançados.

Considera-se que o sistema não competitivo de distribuição tem impedido o desenvolvimento dos filmes chineses.

Na última década, os capitais governamentais têm incorporado-se ativamente ao setor de distribuição, o que atraiu prosperidade ao mercado, ao mesmo tempo que pressões sem precedentes sobre as distribuidoras domésticas.

Atualmente, as distribuidoras privadas podem basear-se apenas na força do capital. Apenas por meio da distribuição em escala, essas firmas podem arraigar-se no mercado cinematográfico chinês.


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