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Beijing, capital chinesa, é rica em patrimônios históricos e culturais. Além de construções reais como o Palácio Imperial e o Templo do Céu, as ruas antigas e tradicionais no centro da cidade são também uma riqueza preciosa. Porém, com o desenvolvimento da cidade, a proteção dessas ruas, até de bairros antigos, se torna um problema preocupante. No programa de hoje, vamos passear por três ruas antigas de Beijing para saber um pouco sobre a proteção dos endereços históricos e culturais da cidade.
No sudeste de Beijing, há uma rua não muito comprida, de apenas 800 metros, mas com uma história de 800 anos. O nome da rua, Liulichang, deriva de uma antiga fábrica. Na dinastia Yuan, no século 13, a corte ordenou a instalação de fornos para fabricar telhas esmaltadas destinadas somente à família imperial. Na dinastia Ming, sua capacidade da produção foi bastante ampliada. Até o século 17, com o crescimento de Beijng, a fábrica mudou-se para fora da cidade. O nome, no entanto, permaneceu.
Na dinastia Qing, essa região concentrava um grande número de mandarins, bem como servia de hospedaria para muitos alunos que vinham participar dos exames imperiais, sonhando em se transformarem em altos funcionários da corte. Os comerciantes começaram a instalar bancas e, depois, lojinhas para vender livros e outros artigos relacionados como pincéis, tintas, papéis e tinteiros chineses. Hoje, Liulichang já é uma rua comercial cultural que concentra centenas de lojas, onde se vendem, livros, pinturas, caligrafias e até antiguidades.
Apesar da prosperidade, decadência, destruição e renascimento já passados ao longo de 800 anos, o núcleo da cultura original ainda permanece na rua Liulichang - que se tornou uma simbólica atração cultural e histórica de Beijing. O senhor Hu Jinzhao tem cerca de 80 anos de idade e viveu na rua por mais de 30 anos. Ele escreveu um livro que apresenta a história da Liulichang nos últimos cem anos. Falando da rua na sua infância, Hu sente muito orgulho:
"Nasci numa livraria no oeste da rua Liulichang em 1934. E a partir de quando tenho memória, em 1937, aqui vendia-se principalmente antiguidades e livros velhos e novos, também outros artigos culturais como pinturas, caligrafias e instrumentos musicais. E naquela altura, Liulichang era uma rua próspera que possuia forte atmosfera cultural."