China investe pesado para combater desertificação em Xinjiang
2007-07-20 16:26:49    cri

A China planeja investir 18,7 bilhões de yuans (cerca de US$2,46 bilhões) nos próximos oito anos para deter e controlar a desertificação na região autónoma de Xinjiang, noroeste do país, anunciou hoje o governo regional.

O projeto, que vai durar 8 anos entre 2008 a 2015, será implementado em duas etapas.

Os investimentos objetivam prevenir a expansão do Deserto de Gurbantunggut, na bacia de Junggar no norte de Xinjiang e o deserto de Taklimakan, na bacia de Tarim, no sul de Xinjiang.

O dinheiro será destinado à construção de cinturões de bosques ao redor das cidades e áreas virgens, assim como a modernização de infra-estruturas de irrigação, instalação de estações de monitoramento, treinamento e formação de profissionais, disse Ismail Tiliwaldi, governador da região.

O governo central aprovará 80% do total de investimento, e os 20% restantes ficarão a cargo da administração local, que contará com ampla participação social, informou o governador.

Conforme o programa, até 2010, o Xinjiang vai tratar mais de 3,43 milhões de hectares de terras desertificadas. Até lá, prevê-se que seja possível controlar a deterioração do ambiente ecológico. Ele afirmou que a meta é reduzir a área desertificada a 7,6 milhões de hectares até 2015 quando termina o programa. O governador especificou que a taxa de cobertura florestal de Xinjiang vai aumentar em 1%, o que é muito significativo para a região.

Xinjiang é uma das regiões chinesas mais afetadas pela desertificação. Estatísticas do governo regional mostram que 75 milhões de hectares de suas terras, equivalentes a 45% do total, são desertos.

Pelo menos 12 milhões de pessoas sofrem as consequências, que vão desde a escassez de água potável até a infertilidade das terras cultiváveis.

Segundo especialistas em ecologia, a seca, o vento e a areia abundante constituem os principais fatores naturais para desertificação da região. Também atribuem a erosão de solo e a desertificação ao aumento demográfico, à excessiva pastagem e às práticas incorretas de cultivo. Um funcionário da administração regional de recursos hídricos disse recentemente que "atividades humanas irracionais" têm reduzido a efetividade dos esforços de proteção do governo.

Zhang Funian, engenheiro da estação de recursos rurais, disse que, na falta de recursos suficientes para comprar carvão, os residentes de Hotan, povoado perto do deserto de Taklimakan, usam madeira como lenha. Cada família corta 500 quilogramas de madeira por ano, precisou o especialista.

Desde 2003, o povoado tem investido cerca de 200 milhões de yuans (equivalentes a US$26 milhões) para construir instalações de gás metano a fim de evitar que os habitantes continuem derrubando árvores.

Desta maneira, as comunidades locais estão sendo incentivadas a plantar árvores resistentes à desertificação, disse Zhang.

Estatísticas da Administração Estatal de Silvicultura mostram que a China possui 174 milhões de quilômetros quadrados de desertos, equivalentes a 18,1% do território nacional.

Nos últimos dez anos, como resultado dos esforços conjuntos dos departamentos de silvicultura e de proteção ambiental, o deserto expandiu-se mais lentamente. Entretanto, o governador da região autônoma de Xinjiang ressaltou que, apesar do sucesso na redução da velocidade de expansão de 38400 hectares a 10400 hectares por ano, a situação ainda é muito grave.

 
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