Construído em 1888, este templo situa--se próximo das Ruínas de S. Paulo, convidando a uma inevitável comparação com a grandiosidade da antiga Igreja da Madre de Deus e as ruínas do Colégio de S. Paulo.
A sua localização é um exemplo perfeito da dignidade e da natureza distinta das várias tradições religiosas de Macau, uma dicotomia multicultural única, que bem representa.
Ne Zha é também considerado um Deus irreverente e, como tal, a identidade singular de Macau evidencia-se de novo neste local, onde um templo tradicional chinês se encontra próximo das ruínas da principal obra jesuíta da região, apresentando uma dialéctica entre ideais ocidentais e chineses, num dos melhores exemplos da identidade multicultural e da liberdade religiosa de Macau.
O Templo de Ne Zha é formado por uma única divisão simples, medindo 8,4 m de comprimento por 4,51 m de largura. O alpendre da entrada dá admissão ao edifício do templo propriamente dito, que mede apenas 5 m de profundidade. O edifício está pintado em tons de cinzento, com poucas ornamentações, à excepção de algumas pinturas decorativas por baixo do alpendre da entrada. O telhado é de duas águas ao estilo tradicional yingshan, tendo a cumeeira uma altura máxima de 5 m.
O alpendre da entrada é uma estrutura de estilo xieshan, com um telhado suspenso de duas águas e beirais de pontas levantadas. à semelhança de outros templos chineses, as decorações de figuras de animais em ceramica que adornam a cumeeira servem de guardiãs do templo e completam a ornamentação do telhado.

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