Atualmente, cerca de 250 mil chineses ou descendentes chineses estão vivendo e trabalhando no Brasil. E com os próprios esforços, essas pessoas de origem chinesa já se integram a todas as áreas da sociedade brasileira. Entre eles, uma personalidade importante e destacada é Leone da Silveira Lee, o primeiro e único general do exército brasileiro com descendência chinesa. Recentemente, os nossos correspondentes no Rio de Janeiro visitaram o general que está agora aposentado.
O pai do general, Li Yan'an, nasceu em Taishan da província de Guangdong da China. Na década de vinte do século passado, quando a sua esposa faleceu, Li Yan'an se afastou da terra natal e chegou de navio ao Rio de Janeiro, então capital brasileira. Depois, ele se fixou e se casou com uma mulher brasileira. No ano de 1934, a família do Li recebeu o terceiro membro quem é o Leone da Silveira Lee.
Recordando o seu pai, o general Lee fica cheio de respeito.
"Papai, apesar de ter feito outra família aqui, sempre gostou, sempre adorou a China. Papai tinha um amor na China, ele nunca se esqueceu da China, ele nunca se esqueceu dos amigo, da vida dele, dos hábitos dele. Papai comia todo o dia comida chinesa, papai nunca bebia álcool, cerveja, vinho e nunca fumou."
Para o general Lee, naquela altura, o corpo do pai estava no Brasil, mas o seu coração estava na China. E o general ainda disse que esse amor pela China já passou do pai para ele mesmo, porque ele é filho do chinês.
Quando tinha sete anos, Leone Lee entrou na escola, estudou com muito afinco, e obeteve sempre boas notas nos exames. E alguns anos depois, o Leone venceu num concurso de admissão e conseguiu estudar no Colégio Militar que era um dos três melhores colégios no Rio de Janeiro. Mencionando isso, o general disse que essa característica vem dos chineses.
"Eu acho que tinha essa responsabilidade, embora eu seja brasileiro, mas a metade do meu sangue é do chinês. E o chinês tem essa vontade de vencer, se não primeiro, mas ser muito bom, ou pelo menos no que ele podia fazer. E eu então estudei sete anos no colégio militar e depois fui para me formar oficial militar."
A partir daí, se começou a carreira militar do Leone Lee que duraria cerca de meio século. E nesse long período, ele trabalho nas áreas de planejamento, chefia, assessoramento, administração e entre outras. No ano de 1997, o Leone Lee foi promovido ao posto de Oficial General, chefiando o Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste e assim se tornando o primeiro e único general brasileiro com descendência chinesa no exército brasileiro.
Fazendo retrospetiva de sua vida toda, o general Lee disse que todas as coisas que o pai ensinou e mostrou se ajudaram muito.
"Uma das coisas que eu acho importante que papai me deixou é o exemplo, é a maneira de ser. São as coisas que se desenvolve dentro da família. Mas que papai me deixou das coisas da China, características do povo chinês, responsabilidade, cultivar a verdade, amor á família, evitar aquelas coisas que não são boas para a saúde, quer dizer boa alimentação. Essas coisas, papai sempre procurou me mostrar como se vivia na China e o que era bom e o que não era, o que a gente devia fazer. Eu acho que papai me transmitiu por palavras e pelo exemplo dele, sempre orientações boas do pensamento de vida lá da China, hábitos, costumes, relacionamento, da maneira do chinês pensar. E esses ensinamentos me ajudaram na minha vida toda, porque eu procurei a seguir todo isso que ele me ensinou."
No ano de 2002, o general Leone Lee se afastou do exército brasileiro e ficou aposentado em casa. E em 2006, o general foi convidado para ser o presidente de honra da Associação Pró-Reunificação Pacífica da China do Rio de Janeiro, contribuindo com seus esforços para o desenvolvimento da comunidade chinesa no Rio e para o intercâmbio e cooperações das empresas brasileiras e chinesas. Sendo perguntado sobre o motivo, o general disse que ele faz isso porque ele é filho de chinês, ele tem raíz da China, e fica muito orgulhoso com isso.
"Qual é a minha raiz, eu tenho raiz da minha mãe, brasileira, e outra raiz, do meu pai, como se fosse uma árvore que tem dois gatos, uma da China, outra do Brasil. Essa raiz, essa origem chinesa, eu tenho muito orgulho. Ela me trouxe justamente pelo pensamente, pela história da China, me fez pensar nessas qualidades, nessas virtudes, nessas características do chinês. Isso é orgulho para mim."
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