Durante o período da dinastia Jin do Leste (317 - 420 da nossa era), viveu o maior calígrafo chinês, Wang Xi-zhi, admirado e imitado pelas gerações posteriores, encontrando-se, hoje em dia, reproduções das suas obras caligráficas em todas as livrarias chinesas.
Desde criança que Wang Xi-zhi gostava de caligrafia. Aos doze anos, encontrou, à cabeceira da cama de seu pai, o livro Pincel. Pegou logo nele e correu para junto do pai, pedindo-lhe que leh ensinasse a arte caligráfica. O pai, porém, não concordou, pois o filho era ainda muito pequeno, mas prometeu-lhe que o ensinaria dentro de alguns anos.

Ao ouvir isso, Wang Xi-zhi ajoelhou-se a seu pés, pedindo:
- Ensine-me agora, pai, senão será tarde demais!
A firmeza da decisão de Wang Xi-zhi comoveu o pai, que acedeu a iniciar desde logo a orientação dos estudos do filho na arte caligráfica. Este aproveitava todos os minutos de que dispunha, mesmo nos seus tempos livres, para praticar, usando o próprio dedo e chegando até, às vezes, a furar a roupa.
Wang Xi-zhi tornou-se, assim, o maior calígrafo da História da China.
Certa vez, escreveu alguns ideogramas numa placa de madeira para serem esculpidos. O entalhador descobriu, com espanto, que a tinta penetrara três milímetros na madeira.
Claro que isto não passa de uma lenda, para descrever a extrema perfeição da sua caligrafia. E com o tempo suigiu o provérbio baseado nesta lenda: Penetrar três milímetros na madeira, para exprimir a perspicácia e a profundidade da análise de alguém ao proferir um discurso ou escrever um artigo.
|