Depois de aprovar o plano de financiamento aos bancos na Cimeira da Zona do Euro, países europeus publicaram ontem (13) medidas detalhadas para socorrer o mercado financeiro. A injeção de um trilhão de euros nos mercados financeiros europeu e mundial deve elevar a confiança. O plano sem precedente porá fim à crise ou não? É preciso esperar a resposta do mercado.

Conforme o plano de ação aprovado pelos líderes de 15 países no dia 12 em Paris, os governos da Zona do Euro vão garantir as divisas emitidas pelos bancos, a fim de ajudar as instituições a ampliar as vias de financiamento e aliviar as dificuldades causadas pelo financiamento.

Os principais países da Zona do Euro anunciaram ontem (13) medidas próprias: A Alemanha divulgou um plano de 480 bilhões de euros para socorrer o mercado financeiro, desse montante, 400 bilhões de euros serão usados para garantir os empréstimos entre bancos; a França vai destinar 360 bilhões de euros para aumentar a confiança do mercado; além disso, a Holanda destinará 200 bilhões de euros, enquanto a Áustria e a Espanha vão liberar 100 bilhões de euros como garantia de empréstimo ao sistema bancário; a Grã-Bretanha anunciou que vai destinar 37 bilhões de libras esterlinas a dois bancos; Itália e Portugal destinam respectivamente 40 bilhões e 20 bilhões de euros para salvar o mercado. Assim, os capitais dos países da UE ultrapassaram 1,5 trilhão de euros para socorrer o mercado financeiro.

De fato, desde a expansão da crise financeira por toda a Europa, os países da UE adotaram várias medidas. As somas vultosas liberadas pelos governos, contudo, tiveram pouco efeito na recuperação da confiança do mercado. O presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, pediu a todos os países membros um esforço coordenado para enfrentar a crise financeira.

Vários países da Zona do Euro anunciaram ontem (13) um plano de socorro ao mercado. No mesmo dia, três grandes mercados acionários da Europa registraram uma alta de 10%. Para analistas, o plano de um trilhão de euros dos países da Zona do Euro elevou a confiança do mercado.

Segundo estatísticas, na semana passada, foram perdidos US$ 6 trilhões no mercado mundial de ações. Analistas consideraram que ainda é cedo para dizer quando será restabelecida a confiança do mercado. O plano reflete a decisão e confiança dos países europeus na resposta à crise financeira.

O porta-voz da Comissão Européia para assuntos econômicos e monetários, Joaquim Almunia, afirmou ontem (13) que a desaceleração do crescimento econômico e à redução da arrecadação fiscal vão agravar o déficit público dos países da UE. Segundo analistas, um déficit de grande envergadura se tornaria um entrave ao desenvolvimento econômico do bloco. A crise financeira, entretanto, é uma questão de impacto global. A prioridade é restabelecer a confiança do mercado.

O presidente francês Nicolas Sarkozy assinalou ontem (13) que os maiores riscos ainda não chegaram. A Cúpula de Outono da UE, a ser realizada no dia 15 em Bruxelas, discutirá a crise financeira.