Foi aberto ontem (1) em Beijing um simpósio para reiniar a cooperação entre China e Japão na área de reconstrução pós-terremoto. Funcionários chineses declararam na ocasião que aprenderam muito com as avançadas experiências japonesas durante os trabalhos de reconstrução das regiões afetadas pelo terremoto na província de Sichuan. O Japão ainda vai enviar especialistas a Sichuan para orientar e ajudar nas operações.
Começou ontem na capital chinesa o Simpósio de Reinício da Cooperação entre China e Japão sobre Reconstrução das Regiões Afetadas pelo Terremoto de Wenchuan, organizado pelo Ministério da Habitação e Construção Urbano-Rural da China e pela Agência de Cooperação Internacional do Japão. Dezenas de funcionários, especialistas e eruditos dos dois países participaram da discussão.
Li You, vice-diretor do Departamento de Construção da província de Sichuan, afirmou:
"Depois do terremoto, o governo japonês acompanhou atentamente as perdas humanas e materiais das zonas atingidas. Agradecemos o auxílio de todos os países, inclusive o Japão. Como um país com alta ocorrência de sismos, este vizinho possui experiência e lições no resgate e alívio de conseqüências que podemos tomar como referência."
O forte terremoto de 8 graus na escala Richter de 12 de maio matou mais de 69.000 pessoas e afetou uma área de 100 mil quilômetros quadrados. O tamanho da área atingida tornou mais difíceis as operações do resgate. A reconstrução pós-calamidade é uma tarefa duríssima. É preciso, além de uma grande quantidade de verbas, experiência estrangeira de tecnologia e administração.
Em 1995, em Hanshin, no Japão, ocorreu um tremor de 7,5 graus de escala Richter. O país elaborou em um mês um plano detalhado de reconstrução, ajudando a reordenar a economia e a vida dos habitantes da região atingida.
O diretor do Departamento dos Assuntos Chineses da Agência de Cooperação Internacional do Japão, Koga Shigenari, expressou no simpósio a vontade de compartilhar as experiências com a China:
"Vamos apresentar à China as experiências e lições do Japão neste setor. Com o Simpósio de hoje, pudemos conhecer a demanda das regiões afetadas para realizarmos a cooperação tecnológica com uma meta mais definida. Embora a minha instituição não consiga fornecer o auxílio direto à zona atingida, como restauração das ruas, desejamos contribuir para a reconstrução compartilhando nosso conhecimento e habilidade."
Segundo Koga Shigenari, sua instituição já pôs em prática alguns projetos de cooperação em Sichuan, tais como a recuperação de plantações, profilaxia de doenças contagiosas e recuperação de doentes em pós-operatório, entre outros.
Ele também disse que ficou muito impressionado com a capacidade excelente de mobilização e organização do governo chinês, que também merece a atenção do Japão.
"Os japoneses admiram bastante a resposta do governo chinês ao desastre. Foram enviados rapidamente médicos e equipes de resgate à região de terremoto. Os feridos graves foram transferidos imediatamente para grandes cidades, capitais provinciais e até municípios distantes mil quilômetros, o que nunca foi feito no Japão."
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