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Cooperação sino-brasileira é modelo Sul-Sul
2007-10-30 16:08:53    cri

Em 19 de setembro de 2007, a China lançou o terceiro satélite de recursos terrestres co-desenvolvido com o Brasil, o CBERS-02B, no Centro de Lançamento de Taiyuan, na província norte de Shanxi.

O CEBERS ou Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, é uma linha de satélites desenvolvidos pela Academia de Tecnologia Espacial da China e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil(INPE).

Em 25 de outubro, os correspondente da Rádio Internacional da China(CRI), Renato Lu e Carlos Shi, fizeram uma entrevista exclusiva com o senhor Ricardo Cartaxo de Souza, coordenador do Programa CBERS do INPE, que visitou a China 6 vezes.

CRI: Como é a atual cooperação sino-brasileira na área espacial, sobretudo o CBERS?

Ricardo: Em 1988, naquela época, o relacionamento entre a China e o Brasil era muito pequeno. Somos antípodas e estamos nos lugares diferentes do mundo, o fuso horário completamente diferente, a cultura e língua diferentes. Na época, tanto o governo brasileiro quanto o governo chinês consideram a cooperação como uma coisa importante. O Brasil já via a China como um país que ia desenvolver e não tinha muita tradição ainda no programa espacial. A gente começou a usar o satélite na década de 70 e estava começando a estruturar o programa espacial. Foi uma boa oportunidade por dois países de, através de uma cooperação internacional, desenvolver o programa espacial próprio. Tal que o Brasil poderia ter contribuído com a China, algum conhecimento, como é que o Ocidente fazia o desenvolvimento de um programa espacial e desenvolvimento de satélite. Acho que foi um casamento de interesses dos dois países. E dá certo que já são 20 anos de cooperação com sucesso em satélite, compromisso assinado para mais dois satélites, CBERS-3 e CBERS-4, que a China e o Brasil estão trabalhando. E agora a gente conversa sobre a sequencia de continuidade do programa com CBERS-5 e CBERS-6. Acho que tudo é favor à ampliação de tal cooperação sino-brasileira.

CRI: Como acha o lançamento do primeiro satélite lunar Chang´e I da China?

Ricardo: Isso mostra o poder da China no programa espacial, pois a China tem programa espacial amplo, que tem programa de Lua agora, tem as missões tripuladas, tem área de meteorologia, de comunicações, de navegações de Beidou, e observação da Terra, então tem um leque bastante grande. Pelo volume de empresas, pessoas e orçamentos que a China tem dedicado para o programa espacial, o programa da Lua é realmente a capacidade tecnológica, financeira, humana de fazer o projeto. E também uma mostra de planejamento. Impressionante. O progresso que a China fez nos últimos anos no programa espacial, pelo que a gente tem contato com a China, o que impressiona mais a gente é a quantidade de pessoas bem qualificadas e o número de pessoas jovens. Fiquei impressionante com o desenvolvimento do programa espacial da China.

CRI: Em quais aspectos o Brasil é beneficiado com o CBERS?

Ricardo: O número de aplicação do Brasil é muito grande. O que aconteceu de importante no CBERS foi a adoção de dados livres na internet. Os usuários podem baixar gratuitamente as imagens fotografadas pelo CBERS. Nesse nível de resolução (20 metros), você consegue avaliar a área de plantas e determinar o que está plantada ali. Dentro das novas políticas federais e estaduais no Brasil, para você conseguir confiançamento, a autorização para fazer alguma coisa, você precisar usar o mapa. A melhor maneira de mostrar é usar a imagem de satélite. Pelo fato de ser gratuito, ressaltou muito o número de uso de imagem de satélite. Antes de CBERS, a gente distribui mais ou menos mil imagens de landsite por ano. Com CBERS, esse número por 100 mil. E o número de empresas que usem, de mil usuários para 15 mil. Criou muita atividade econômica, muita gente trabalhando com as imagens de satélite. Tal o número de aplicações é muito grande, em relação à fabricultura, desmatamento e reserva inclusive área urbana. Todos os órgãos de governo usam as imagens de CBERS. Vários Estados usam a imagem também para a Secretaria de Agricultura para fazer uma estimativa de safra. O número de aplicação é muito grande. O importante é que o número de usuários aumentou muito, e o CBERS contribui muito por causa de que o satélite é de nossa propriedade. E a China fez isso também. Essa é uma tendência que está acontecendo no mundo agora por causa dessa iniciativa entre a China e o Brasil. Isso aumentaria capacidade da população do planeta de monitorarem os recursos naturais.

CRI: Durante a cooperação existe a dificuldade?

Ricardo: A dificuldade sempre existe. A gente tem dificuldade às vezes de comunicação, por causa da língua, é natural. A língua que a gente usa para comunicação é inglês, infelizmente nem é chinês nem é português. Documentos às vezes que são escritos em chinês ou em português, a gente tem que fazer uma tradução para inglês. Essa é uma dificuldade natural que parece. As dificuldades culturais são muito pequenas. Amizade que têm os dois times é grande, o respeito também é grande. Então, as dificuldades são naturais de um projeto de engenharia. Os prazos, os concordos ... têm os pequenos atrasos, falta alguma coisa, mas sempre foram resolvidos. Normal, nothing, como relação entre amigos, brigam pouco, discuting, mas a amizade e cooperação é maior do que pequenas divergências que possam acontecer.

CRI: Além da China e Brasil, outros países têm direito a usar as imagens do CBERS?

Ricardo: China e Brasil estão começando a implantar agora uma política de internacionalização dos CBERS. A idéia é colocar primeiro, com ajuda da África do Sul e da Espanha, duas estações de recepção, uma no lado Oeste da África, outra na África do Sul, e distribuir por países africanos na forma gratuita também.

CRI: Por que motivo faz isso?

Ricardo: Por que a gente tem visto os efeitos de todas as mudanças globais, de forma mais forte, aos menos desenvolvidos. Todos os países mais desenvolvidos vão sofrer menos. Então, dentro de um espírito humanitário, a idéia é que essa cooperação Sul-Sul seja Sul-Sul de forma global. Tais países africanos não têm ainda a condição de desenvolver sua própria tecnologia. Então, a cooperação Sul-Sul China-Brasil está começando a atuar como em pequeno bloco, mas em função da medida do desenvolvimento do Sul.

CRI: Poderia fazer uma avaliação geral sobre a parceria entre a China e o Brasil?

Ricardo: A gente sempre disse que é um exemplo de cooperação por mundo todo porque, pelo menos, do que eu conheço, é o único programa de satélite que envolve dois países durante muito tempo. O Brasil e a China é um exemplo de que é possível a cooperação entre dois países diferentes, um pouco assimétrico em algumas coisas, mas conseguem trabalhar juntos. A avaliação que faço é muito positiva. Poderia ser usado por mais países, não simplesmente do comércio, de venda e de produto, mas cooperação.

 
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