Li Huitang, o Rei do Futebol da China
2006-12-04 12:37:59    cri

Uma revista de futebol da Alemanha escolheu em 1976 os melhores jogadores de futebol do mundo: Pelé, do Brasil; Stanley Matthews, da Inglaterra; Alfredo Di Stéfano, da Espanha; Ferenc Puskas, da Hungria; e Li Huitang, da China. Além disso, Li Huitang também foi considerado Rei de Futebol da Ásia.

Li nasceu em 1905 em Hong Kong. Seu pai, Li Haoru, nasceu no distrito de Wuhua, da província de Guang Dong. Aos 4 anos, sua mãe o levou de volta à terra natal. Li gostava de jogar futebol e, como a família era pobre, não tinha dinheiro para comprar sua bola de futebol. Então, matava sua vontade se divertindo com laranjas.

Aos 10 anos, retornou a Hong Kong. Em 1921, começou a treinar e, em 1922, aos 17 anos, começou a atuar pelo Nanhua, o time mais popular de Hong Kong. Apesar de seus 1,82 m de altura, começou a construir sua fama como ponta-esquerda.

Depois de estourar no verão de 1922, em Hong Kong, foi convocado pela seleção nacional da China. Aos 18 anos, disputou o 6º Jogo do Extremo Oriente em Osaka, Japão, em maio de 1923. A China sagrou-se campeã e Li se tornou a sensação do torneio. Em agosto do mesmo ano, o Nanhua enfrentou o campeão da Austrália. Em apenas cinco minutos, ele arrasou a defesa adversária, marcando 3 gols. O feito lhe valeu a medalha de ouro concedido pelas autoridades australianas e o título de Rei do Futebol, posteriormente concedido pela imprensa de Hong Kong.

Na década de 20, em Shanghai, os estrangeiros jogavam melhor do que os chineses. Em 1925, Li Huitang e sua esposa, Liao Yuying, desembarcaram em Shanghai, contratado para jogar e comandar tecnicamente o time da Universidade de Fudan.

Depois, passou a jogar pelo Lehua, de Shanghai, onde deixou sua marca de artilheiro. Em 1926, o time participou da Copa de Skottowe Challenge, derrotando por 4 x 1 um time de futebol britânico, campeão invicto do torneio havia 9 anos. O resultado quebrou um longo tabu: era a primeira vez que um time chinês derrotava um time estrangeiro. O título foi comemorado pela China e considerada como uma resposta ao racismo contra os chineses. "Não somos os doentes da Ásia", expressou a imprensa nacional na oportunidade.

O Lehua continuou batendo seus adversários dentro e fora da China. A gloriosa campanha durante a excursão internacional do time (1927), em especial nas Filipinas, consolidou seu nome nos campos de futebol da Ásia.

Seu sucesso, contudo, extrapolou as quatro linhas do gramado. Como Mei Lanfang, o mestre da secular e tradicional Ópera de Beijing, tornou-se um símbolo do espírito de luta dos chineses contra a dominação estrangeira.

O jogador Li Huitang deu grandes contribuições ao país.

Em 1931, retornou triunfalmente como capitão do time ao Nanhua. Numa exibição de gala contra a seleção da Malásia em 1939, bateu o seu próprio recorde em jogos oficiais, ao marcar 7 gols numa mesma partida.

Depois de os japoneses invadirem Hong Kong (1941), retornou à sua terra natal através de Macau, onde montou o Wuhua. Depois, ajudou a formar o time da província de Guangdong. Depois, passou a disputar partidas beneficentes em Chongqing, Chengdu e Zigong, revertendo a arrecadação dos jogos para a guerra anti-japonesa.

Em 1947, aos 45 anos, decidiu abandonar os gramados. Em 1948, assumiu a comissão técnica da Seleção da China. Ao mesmo tempo, foi liberado pela FIFA para atuar como juiz. Em 1954, foi eleito presidente da Confederação Asiática de Futebol e, em 1965, assumiu a vice-presidente da entidade.

Li Huitang faleceu em Julho de 1979, em Hong Kong, aos 74 anos.

Títulos: Torneios do Extremo Oriente pela seleção chinesa em 1923, 1925, 1930 e 1934.

 
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