Existem hoje mais de 700 grutas grandes ou pequenas espalhadas num precipício de mais de 1600 metros de comprimento e divididas em cinco camadas. A maior gruta tem 268 metros quadrados e a mais alta, cerca de 50 metros de altura. As 492 grutas gozam da fama do "acervo da arte budista existente no mundo" por abrigarem cerca de 45 mil metros quadrados de afrescos e mais de 2400 estátuas coloridas. Em 1987, as grutas foram incluídas na lista de Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Atualmente, por necessidade de proteção, só 30 grutas foram abertas ao público. Mesmo assim, os turistas têm que ser acompanhados por guia durante toda a visitação. Segundo a Guia Liu Hongli, os turistas precisam gastar duas horas para visitar dez grutas. Se visitar todas as grutas abertas, precisa um dia inteiro.

Liu Hongli disse que, geralmente, os turistas são aconselhados para visitar, em primeiro lugar, a Gruta No. 96, pois foi construída em frente da gruta um palácio de 9 pisos, conhecido como "edifício de nove pisos", também símbolo das Grutas Mogao:

"Dentro da Gruta No. 96 se encontra o primeiro maior Buda Maitreya da região, com 35,5 metros de altura, conhecido como o primeiro maior dentro do salão do mundo".

A Gruta No. 96 foi construída no ano 695 e sofreu posteriormente várias vezes de restauração, por isso, para conhecer os budas mais originais é melhor visitar, em seguida, a Gruta No. 328, onde os turistas podem apreciar um grupo de budas perfeitos.

Também vale a pena visitar a Gruta No. 158, onde coloca-se a estátua Sakyamuni, fundador do budismo, que mede 16 metros de altura. Sobre este buda, a Guia Liu Hongli disse emocionada:

"A estátua é bem feita com linhas belíssima e cinco órgãos sensoriais bem distribuídos, dando uma impressão muito profunda".

Além das estátuas de buda, os afrescos, ricos em seus enredos desde os contos budistas, pinturas feitas de base nas sutras, até as imagens das divindades e desenhos ornamentais, são a elite da arte das grutas Mogao, sendo os da dinastia Sui mais da metade dos existentes. Nas grutas, o descascamento da tinta revelou outro segredo: afrescos feitos em diversos períodos se sobrepõem até em quatro a cinco camadas.

Estamos ouvindo a famosa música "Apsaras". Os budistas chamam Deus voando de "Apsara", cuja imagem aparece em afrescos dos mais de 490 grutas. Todas as imagens de Apsara são vívidas ou com Biba (instrumento musical tradicional chinês) nos braços, ou jogando flores, ou tocando músicas.

Para Deng Ni, professora da Faculdade de belas-artes da Universidade de Qinghua, que já visitou várias vezes as grutas, a imagem mais atraente nos afrescos é a Apsara:

"Nestas grutas, as imagens da Apsara são muito interessantes ou de algum caráter romântico. Elas dançam voando mesmo sem asas. Todas as imagens da Apsara são bem modeladas, dando uma impressão vivíssima. Por isso, os afrescos das Grutas de Mogao provocam interesse tanto no setor turístico como no acadêmico".

Além da Apsara, aparecem constantemente nos afrescos das grutas imagens de dançarinas tocando Pipa(instrumento musical tradicional chinês) atrás da cabeça. Segundo o Sr. Wu Xinhua, arqueólogo da Academia de Ciências Sociais da China, as imagens de Apsara e de tocar Pipa atrás da cabeça aparecidas nos afrescos das Grutas Mogao são de importante valor para conhecer a sociedade chinesa entre séculos 4 e 14, por isso, os afrescos são considerados como "biblioteca na Parede".