Um banho nas águas minerais de Wudalianchi

Wudalianchi, na província de Heilongjiang, nordeste da China, faz sucesso entre os visitantes por reunir as mais bem preservadas e mais concentradas formações vulcânicas do mundo. A região é considerada pelos cientistas um museu vulcânico natural. Está na lista dos primeiros parques geológicos tombados pela China.

A região ao redor de Wudalianchi era palco de freqüentes atividades vulcânicas. A última erupção aconteceu em 1719, resultando em um extraordinário milagre geológico. Após a erupção, a lava se resfriou formando rochas pretas. Obstruído pela lava, o rio Branco (Baihe), que então passava por ali, formou cinco lagos interligados, conhecidos como Wudalianchi. Zhang Lili, vice-diretora do Parque Geológico, disse:

"Os cinco lagos têm uma conexão subterrânea. A nascente fica no quinto lago. O terceiro lago é o maior, com uma área de 21,5 quilômetros quadrados na estação das cheias. Uma das atrações do parque é passear de barco desde o primeiro até o segundo lago".

Apesar de interconectados, cada lago conserva características próprias. O primeiro é apropriado ao cultivo de lótus enquanto o segundo é um viveiro natural de peixes. O terceiro lago tem a maior superfície aquática e paisagens incomparáveis. No quarto e no quinto lagos, o pantanal de juncais, o melhor habitat de pássaros selvagens, é uma atração especial. Os locais não poupam elogios aos pratos feitos com peixes pescados ali mesmo. Nascido e criado ali, Zhao Ming dá uma explicação que deixa qualquer um com água na boca:

"Os peixes daqui vivem em águas minerais frias. Graças ao crescimento prolongado, sua carne é muito tenra, não tem mau cheiro. O prato é preparado com a água mineral do lago para manter seu sabor original. É uma delícia sem igual".

Porém, não é sempre que se tem oportunidade de provar o saboroso prato. O governo adota uma rigorosa política de proteção ambiental. De acordo com a diretora do escritório de turismo local, Zhang Lijun, é proibido pescar durante o período de interdição.

Os cinco lagos de Wudalianchi estão cercados por 14 vulcões, com altitude entre 400 e 600 metros. Destes, apenas dois estão ativos (os outros 12 vulcões estão extintos). Os habitantes locais chamam esses dois de Laoheishan (Montanha Velha e Preta) e Huoshaoshan (Montanha Queimada). Ali está a cratera mais bem preservada do mundo. Parada obrigatória para os mais aventureiros.

Para ver a cratera, é preciso subir até ao topo da montanha. Mas os esforços valem a pena. A cratera parece um grande funil ou um monstro abrindo a boca. Olhando-a do alto, pode-se imaginar a espessa coluna de fumaça subindo durante as erupções há 200 anos. Conforme as estimativas dos cientistas, a temperatura da lava expelida pelo vulcão pode atingir 1.200 graus.

Graças às erupções, Wudalianchi é abundante em águas minerais de boa qualidade. Com pH ligeiramente ácido, a água mineral da região tem propriedades medicinais. As dezenas de elementos benéficos podem curar doenças de pele e estômago, além de hipertensão e neurastenia. Yu Yang, de 77 anos, veio de Heihe (rio preto) da Província de Liaoning. Ela viajou até aqui para tomar banho na água mineral, buscando a cura para sua hipertensão.

A região de Wudalianchi concentra mais de 50 sanatórios, com uma capacidade total de mil pessoas. Os visitantes têm acesso às bicas de água mineral em todas as atrações turísticas.

Como ir:

Wudalianchi fica no norte da província de Heilongjiang (Rio do Dragão Preto). A melhor época para a visitação é no verão. O percurso de trem entre Harbin, a capital provincial, e o distrito de Bei'an leva mais ou menos seis horas. A partir de Bei'an, continua-se a viagem de ônibus até Wudalianchi. Para quem partir da cidade de Heihe (Rio Preto), na fronteira com a Rússia, a viagem demora cerca de 4 horas de ônibus.