Comentário: Nova diplomacia japonesa parece uma esquizofrenia

Published: 2021-04-29 14:59:39
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O Ministério das Relações Exteriores do Japão publicou no dia 27 o Livro Azul da Diplomacia 2021. O documento parece ser uma esquizofrenia. Por um lado, os japoneses consideram a China como uma grande ameaça na disputa pela Ilha Diaoyu e nas questões do Mar do Sul, de Hong Kong e de Xinjiang. Por outro lado, Tóquio considera que a relação sino-japonesa é a relação bilateral economicamente mais importante do país.

O atual primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, é um político com estilo estável, mas depois do Diálogo EUA, Japão, Índia e Austrália, realizado em março, e os encontros de alto nível Japão-EUA, em abril, ele começou sua diplomacia de aventura, especialmente mostrou publicamente sua “preocupação” com a questão de Taiwan.

A mudança de Yoshihide Suga é por causa da pressão doméstica causada pela pandemia. Para tentar a reeleição, o primeiro-ministro quer fortalecer a aliança com os EUA e pressionar a China, já que o novo governo norte-americano considera a China como a maior adversária.

No entanto, a economia japonesa depende muito do mercado chinês. Em 2020, as exportações do Japão diminuíram 11% em função da pandemia, mas as exportações de suas peças de automóveis e de semicondutores para a China aumentaram 3%. Vinte anos atrás, a China ocupava apenas 10% das exportações japonesas, mas em 2020 a cota chegou a 22%, ultrapassando até os EUA, que ocuparam 17%.

As economias chinesa e japonesa estão em diferentes fases de desenvolvimento. Porém os dois países têm uma forte complementaridade econômica. Manter a envergadura do comércio com a China é de suma importância para a revitalização nipônica.

Por isso, a diplomacia japonesa conta com muitas contradições em relação à China. O confronto político e a dependência econômica com a China deixam um dilema ao governo japonês.

A China é um país vizinho do Japão e os EUA ficam no outro lado do Pacífico. O que Yoshihide Suga está fazendo é descuidar do que está perto, mas cobiçar o que está longe.

Tradução: Luís Zhao

Revisão: Diego Goulart

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