Comentário: Caso de George Floyd terminou, mas a justiça para os afrodescendentes ainda não chegou

Published: 2021-04-21 21:58:05
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Depois de cerca de três semanas de julgamento, o ex-agente policial norte-americano Derek Chauvin foi, nesta terça-feira (20), considerado culpado de todas as acusações no julgamento do homicídio do afro-americano George Floyd.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que essa decisão é um "grande passo à frente" no combate ao racismo sistemático. No entanto, o fato é que Chauvin foi castigado, mas a discriminação racial e a violência aplicada pela política continuam.

Horas depois do caso de Floyd, uma menina negra de 15 anos foi morta por um tiro da polícia do Estado de Ohio. O New York Times reportou que durantes as três semanas passadas, ou seja, no momento em que Chauvin estava sendo julgado, a polícia norte-americana matou mais de três pessoas por dia, e a maioria das vítimas é descendente de africanos ou latino-americanos.

A realidade nos EUA está relacionada à conivência de longo prazo do sistema judicial do país. Poucos policiais foram acusados de matar pessoas no trabalho, e entre eles, muito poucos foram condenados. Desde 2005, milhares de pessoas foram mortas pela polícia, e apenas 140 policiais foram acusados, entre os quais, sete receberam castigos da lei.

Além disso, a supremacia branca é a origem do racismo nos EUA. A pesquisadora Adrienne Maree Brown escreveu em seu livro, Emergent Strategy, que muitos negros morreram devido aos brancos acharem que eles são perigosos.

Um detalhe do julgamento foi a prova da opinião de Maree. O advogado de Chauvin, Eric Nelson, disse que o "musculoso" Floyd possuía superforça devido ao uso de drogas. Ele foi preso em uma área de "alto índice de criminalidade". Os espectadores da sua morte eram uma "multidão barulhenta" que precisava ser controlada.

A defesa de Nelson é reflexo do fato terrível de que, nos últimos 400 anos, os afro-americanos foram estigmatizados e rotulados como "perigosos", "zangados", "criminosos" e "necessitados de serem domesticados". Esse preconceito arraigado é determinante para explicar a existência do racismo nos Estados Unidos.

Tradução: Luís Zhao

Revisão: Erasto Santos Cruz

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