Comentário: o colonialismo continua incomodando o mundo
A diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África, Matshidiso Moeti, disse recentemente que, até o momento, as vacinas usadas nos países africanos ocuparam apenas 2% do total do mundo. Ela manifestou muita preocupação com a desigualdade da distribuição das vacinas. No entanto, o abismo da vacina não é um fenômeno estranho, mas é apenas um reflexo do colonialismo ocidental nos últimos séculos.
Alguém pode achar que, depois da Segunda Guerra Mundial, o colonialismo desapareceu com os movimentos de libertação e de independência dos países na Ásia, África e América Latina. Mas o secretário-geral da ONU, António Guterres, apontou no ano passado, em uma atividade em homenagem a Nelson Mandela, que devemos reconhecer que até hoje o colonialismo continua incomodando o mundo.
Guterres tem razão. Os países mais ricos possuem apenas 16% da população mundial, mas contam com 60% das vacinas já produzidas. Ao mesmo tempo, tais países ficam com braços cruzados para a carência de vacinas nos países africanos.
Muitas nações desenvolvidas começaram seu acúmulo de riquezas com a pilhagem colonial. Os Estados Unidos realizaram grandes massacres contra os índios, cuja população reduziu de cinco milhões, no século 15, para 250 mil, no século 20.
Hoje em dia, o racismo e a supremacia branca já estão no sangue dos EUA, ambos heranças do colonialismo na realidade. A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou que o comércio de escravos e o colonialismo são as razões profundas para o nacionalismo sistemático.
Outro exemplo é a questão de Hong Kong da China. Conforme a Declaração Conjunta China-Reino Unido, após o regresso de Hong Kong à China, a região já não tem laços com o governo britânico. Mas quer a elaboração da Lei de Defesa da Segurança Nacional na Região Administrativa Especial de Hong Kong, quer o aperfeiçoamento do sistema eleitoral de Hong Kong, ambos sofreram interferências de países ocidentais. Isso é também causado pelo pensamento colonialista.
Atualmente, as relações internacionais são cada vez mais democratizadas. Por isso, países ocidentais jamais podem hegemonizar o mundo com a arrogância colonialista.
Tradução: Luís Zhao
Revisão: Diego Goulart