Comentário: Três posturas da China no Diálogo Estratégico com EUA
O Diálogo Estratégico de Alto Nível China-EUA, que aconteceu em Anchorage, Alasca-EUA, chegou ao fim no dia 19. Os altos funcionários dos dois países realizaram um intercâmbio franco, construtivo e profundo. Ambos acreditam que o evento foi oportuno e benéfico, mesmo com grandes divergências em algumas questões.
Vale lembrar que este diálogo foi decidido pelos presidentes dos dois países na conversa realizada no dia 11 de fevereiro (véspera do Ano Novo chinês).
A delegação chinesa lançou três posturas claras neste encontro. Em primeiro lugar, a China foi ao encontro para procurar resoluções, e não acusações. No entanto, perante reclamações infundadas e comportamentos hegemônicos dos EUA, diplomatas chineses refutaram firmemente, apresentaram a linha limite e mostraram determinação ao defender a soberania, segurança e interesses do país.
Antes do diálogo, Washington já havia tentado se aliar a países vizinhos da China, como Japão, Índia e Austrália, para tentar aumentar suas vantagens nas negociações e pressionar a China. Na negociação, a delegação chinesa enfatizou que a governança do Partido Comunista da China (PCCh) e a segurança do sistema administrativo são de suma importância. As questões de Taiwan, Hong Kong, Xinjiang e Tibete são assuntos internos da China e não admitem e nem precisam de interferência externa. Qualquer negociação deve ser realizada com base nestes princípios.
Segundo, mesmo com grandes divergências, a parte chinesa continua procurando aspectos para que os dos países possam realizar cooperações pragmáticas, tais como, mudança climática, saúde, economia, segurança cibernética, entre outros.
Terceiro, a China declarou, claramente, a necessidade de defender o verdadeiro multilateralismo que será uma regra para os intercâmbios entre as potências. O mundo todo acredita que a diplomacia estadunidense voltará com o governo Biden. Mas dois meses depois da posse, descobrimos que o multilateralismo de Biden nada mais é do que um pequeno grupo político construído com poucos aliados dos EUA, o que não favorece a paz nem o desenvolvimento mundial.
No diálogo, a delegação chinesa ressaltou que o sistema internacional deve ter a ONU como núcleo. O valor dos EUA não é um valor universal e as regras norte-americanas também não são regras internacionais. O verdadeiro multilateralismo é um mecanismo que respeita a soberania de todos os países, a diversidade das civilizações e a democratização das relações internacionais.
Tradução: Luís Zhao
Revisão: Gabriela Nascimento