Comentário: sistema médico dos EUA é refém da indústria farmacêutica

Published: 2021-01-17 20:32:26
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Alguns pacientes da pneumonia causada pelo novo coronavírus receberam contas altíssimas de mais de um milhão de dólares e alguns pacientes se recusaram a receber o tratamento por causa da preocupação dos enormes custos. Os problemas do sistema médico dos Estados Unidos foram destacados sob o contexto da pandemia.

Os Estados Unidos implementam um sistema de saúde misto de seguro médico comercial e governamental. O primeiro cobre cerca de 53% da população, o último, cerca de 38%, enquanto os outros 9% dos americanos não possuem seguro algum. Podemos concluir que o mercado domina os recursos de saúde dos EUA. Por isso, o conluio e a concorrência entre os médicos, companhias de seguro, fábricas farmacêuticas e órgão administrativos influenciam muito a vida do povo e a riqueza do país.

O problema mais notável é que por causa do monopólio dos gigantes farmacêuticos, os preços dos medicamentos dos EUA são sempre um dos mais altos do mundo. O ex-conselheiro sênior da Casa Branca, Ezekiel Emanuel, disse que a população dos EUA corresponde a menos de 5% do mundo, mas o país paga 50% dos preços dos medicamentos do globo. As estatísticas mostram que pelo menos 19 milhões de estadunidenses compram remédios no Canadá ou México devido aos preços demasiadamente altos dos remédios locais.

Os gastos médicos dos EUA em 2019 foram próximos a US$3,6 trilhões, representando cerca de 18% do PIB, muito superior a outros países desenvolvidos. No entanto, a esperança média de vida dos estadunidenses é inferior à dos outros 25 países membros da OCDE. No livro Mortes de Desespero e o Futuro do Capitalismo (Deaths of Despair and the Future of Capitalism), os professores da Universidade de Princeton, Anne Case e Angus Deaton, apontam que a indústria de saúde dos EUA não é para melhorar a saúde do público, mas sim, para aumentar a riqueza do setor.

Em 2017, o custo da apendicectomia no Reino Unido era de US$ 3.050, enquanto o preço médio nos Estados Unidos atingiu US$ 13.000. Agora, nos EUA, mesmo com seguro, as pessoas infectadas pelo novo coronavírus sem complicações pagam em média cerca de US$ 9.800 pelo tratamento, e se houver complicações o custo ultrapassa US$ 20.000. Por isso, as pesquisas revelam que um em cada 11 pacientes estadunidenses do Covid-19 recusa tratamento médico por causa do alto custo.

No entanto, os governantes dos EUA não estão dispostos a prejudicar os interesses da indústria de saúde, uma vez que o patrocínio do setor é uma fonte importante do poder deles. Um exemplo disso é que, nas campanhas eleitorais de 2020, a indústria farmacêutica ofereceu US$7,5 milhões aos deputados.

Tradução: Luís Zhao

Revisão: Erasto Santos Cruz

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