Europa intensifica restrições contra ressurgimento de COVID-19, enquanto França impõe toque de recolher

Fonte: Xinhua Published: 2020-10-16 17:20:29
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França, Portugal e Romênia se tornaram os últimos países europeus, depois da Holanda e Itália, a imporem restrições mais rígidas na quarta-feira, enquanto o ressurgimento do coronavírus continua assolando o continente.

A França vai introduzir um toque de recolher noturno nas principais cidades e impor novamente um estado de emergência sanitária. Portugal regressa a um "estado de calamidade". A Romênia estende o estado de alerta pela quinta vez. Além disso, a Irlanda do Norte do Reino Unido estabelece uma série de medidas restritivas.

Muitos governos europeus agora têm o mesmo objetivo, deter a disseminação de COVID-19 e, ao mesmo tempo, evitar uma quarentena nacional como o da primavera, que é economicamente caro.

REIMPONDO EMERGÊNCIA

Em uma ação drástica na noite de quarta-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou um toque de recolher noturno em Paris e em outras oito grandes cidades, começando a partir da meia-noite de sexta-feira e durando pelo menos quatro semanas, exceto por motivos essenciais.

"Agora entramos em uma fase à qual devemos reagir... O vírus está em toda a França", disse Macron em uma entrevista televisionada. A França está em uma segunda onda da epidemia de coronavírus, com uma média de 20.000 novos casos de infecção diários.

A situação é preocupante e o toque de recolher é uma medida "pertinente" enquanto ter todo o país novamente fechado, como a medida de dois meses no início deste ano, seria "desproporcional", explicou Macron.

No início da quarta-feira, o governo francês aprovou um decreto, que vai impor novamente um estado de emergência de saúde no país a partir da meia-noite de sexta-feira, informou o canal de notícias BFMTV.

A França esteve em estado de emergência sanitária de 23 de março a 9 de julho deste ano, durante a primeira onda da pandemia.

Também na quarta-feira, o primeiro-ministro português, António Costa, anunciou a reintrodução de um "estado de calamidade", um dos três níveis de emergência do país, devido à "grave evolução" da pandemia.

A decisão foi tomada na reunião do Conselho de Ministros, que também adotou medidas antivírus adicionais. As novas medidas entrarão em vigor na quinta-feira.

As novas regras limitam as reuniões em espaços públicos a cinco pessoas. Os eventos familiares privados, como casamentos e batizados, podem ter a participação máxima de 50 pessoas, sendo "todas as celebrações, recepções e atividades não acadêmicas" proibidas nas escolas em Portugal.

O governo romeno decidiu na noite de quarta-feira estender ainda mais o estado de alerta por mais 30 dias a partir de quinta-feira, anunciou Raed Arafat, chefe do Departamento para Situações de Emergência (DSU).

Esta é a quinta extensão do estado de alerta, que foi anunciado pela primeira vez em meados de maio, após um estado de emergência de dois meses de alto nível.

De acordo com Arafat, uma das disposições mais importantes aprovadas pelo governo diz respeito ao uso obrigatório de máscaras faciais em todos os espaços públicos em localidades onde o coeficiente de infecções notificadas durante 14 dias por 1.000 residentes ultrapassa o limite de três.

As máscaras faciais devem ser usadas como parte de uma estratégia abrangente de medidas para suprimir a transmissão de COVID-19 e salvar vidas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Desde o início dos surtos de COVID-19 no início de 2020, o uso de máscaras em público foi amplamente aceito em países asiáticos como China, Coreia do Sul e Japão para limitar a disseminação de COVID-19.

MONTAGEM DE CUSTO HUMANO

O custo humano do coronavírus continuou aumentando na Europa. Romênia, Portugal, Croácia, Áustria e Eslovênia registraram os maiores casos de infecção diária na quarta-feira.

A Romênia relatou 4.016 novos casos de COVID-19 em um período de 24 horas, o maior salto diário desde o início da pandemia, elevando o número cumulativo de casos confirmados para 164.477.

Outros 66 pacientes morreram de COVID-19 em 24 horas, elevando o número de mortos no país para 5.601. Outro dado preocupante anunciado oficialmente foi que o número de pacientes graves ultrapassou 600 em nove dias consecutivos, atingindo o recorde de 686 na quarta-feira.

Na Espanha, o país mais atingido na Europa, o Ministério da Saúde relatou na quarta-feira 11.970 novos casos de coronavírus, elevando o número total de infecções do país para 908.056.

Também confirmou 209 novas mortes pelo vírus, elevando o número total de vítimas de COVID-19 na Espanha para 33.413. Na terça-feira, o Ministério da Saúde confirmou 80 mortes e 7.118 novos casos.

A França registrou 22.591 novos casos de infecção por coronavírus nas últimas 24 horas, de acordo com a Agência de Saúde Pública na quarta-feira. É a terceira vez desde a última sexta-feira que os novos casos diários ultrapassam o limite de 20.000.

O total acumulado de infecções agora é de 779.063 e o número de mortos aumentou em 104, chegando a 33.037. Atualmente, 9.194 pacientes com COVID-19 estão hospitalizados, incluindo 1.673 em terapia intensiva, um aumento de 245 e 31, respectivamente, em um dia.

Na Grã-Bretanha, outras 19.724 pessoas tiveram teste positivo para COVID-19, elevando o número total de casos de coronavírus no país para 654.644, relataram dados oficiais na quarta-feira.

As mortes relacionadas ao coronavírus na Grã-Bretanha aumentaram em 137 para 43.155, mostraram os dados.

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