Comentário: Destino de Assange revela a realidade da “liberdade do estilo norte-americano”
O tribunal de Londres aprovou a extradição de Julian Assange, fundador do site Wikileaks, para os Estados Unidos nesta quarta-feira (20). A ação causou oposições de várias partes.
No dia do anúncio, apoiadores de Assange realizaram protestos fora do tribunal para criticar a decisão. O advogado de Assange apontou que ele pode ser sentenciado a 175 anos de prisão nos EUA.
Por que o governo norte-americano manteve suas tentativas de deter Assange nos últimos mais de dez anos? A razão é que o programador expôs uma série de escândalos dos Estados Unidos, o que envergonhou gravemente a maior potência do mundo.
As experiências de Assange esclareceram que não existe “liberdade” nos EUA e este termo só é usado por políticos para criticar outros países.
Então, o que Assange realmente fez? Em 2010, o site Wikileaks, criado por ele, publicou um grande montante de documentos secretos sobre as guerras dos EUA no Afeganistão e no Iraque, incluindo o lançamento de bombardeios a civis e o uso de torturas.
Assange também exibiu uma série de escândalos do governo norte-americano e, assim, se tornou um alvo de ódio do país. Nos EUA, ele foi acusado de 18 delitos. Em junho de 2012, Assange solicitou asilo político à embaixada do Equador em Londres. Em abril de 2019, ele foi entregue à parte britânica.
Depois disso, os EUA lançaram o pedido de extradição de Assange. Tulsi Gabbard, deputada democrata da Câmara dos Representantes, assinalou que os documentos divulgados pelo Wikileaks permitiram ao povo norte-americano saber o que deveria saber, como as atrocidades que as tropas norte-americanas cometeram no Oriente Médio.
A vida de Assange, um australiano que vive no Reino Unido, expôs a natureza dos “direitos humanos” e da “liberdade” do estilo norte-americano. Bem Borton, jornalista do site de notícias independente Greyzone, disse que o governo norte-americano não é nada “democrático” e considera que os EUA podem encarcerar qualquer jornalista do mundo que revele os crimes do país.
Assim, a lógica estadunidense ficou muito clara. A “liberdade” defendida por eles não permite que outros falem a verdade nem tolera outras culturas ou sistemas.
Em janeiro deste ano, o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que ele havia escrito uma carta ao ex-presidente norte-americano, Donald Trump, na qual exigia o perdão de Assange. López disse, entretanto, que havia enviado a carta, mas não recebeu resposta. De fato, sob os padrões duplos norte-americanos, a carta nunca será respondida.
Tradução: Paula Chen
Revisão: Gabriela Nascimento