Não haverá retorno à "velha normalidade" em um futuro próximo, diz chefe da OMS
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou nesta segunda-feira que não haverá retorno à "velha normalidade" para um futuro previsível como resultado da pandemia da COVID-19 em curso, e que demasiados países ainda estão indo na direção errada.
"O vírus continua sendo o inimigo público número um, mas as ações de muitos governos e povos não refletem isso", disse o chefe da OMS em uma coletiva regular.
Ele observou que mensagens confusas de líderes estão minando a confiança, que é o ingrediente mais crítico de qualquer resposta, enquanto o único objetivo do vírus é encontrar pessoas para infectar.
As coisas vão "piorar cada vez mais", alertou ele, a menos que os governos se comuniquem claramente com seus cidadãos e implementem uma estratégia abrangente focada em suprimir a transmissão e salvar vidas, enquanto as populações sigam os princípios básicos de saúde pública do distanciamento físico, de lavar as mãos, uso de máscaras, etiqueta da tosse e permanência em casa quando doente.
A COVID-19 vem ganhando força ultimamente. De acordo com o chefe da OMS, no domingo houve um recorde de 230 mil casos notificados à organização, dos quais quase 80% eram de apenas 10 países e cerca de metade de apenas dois países.
"Mas não precisa ser assim", implorou o Dr. Tedros, pedindo a cada líder, governo e indivíduo que "faça sua parte para quebrar as cadeias de transmissão da COVID-19 e acabar com o sofrimento coletivo".
Para controlar a doença e seguir com a vida das pessoas, Dr. Tedros disse que três coisas são necessárias. A primeira é focar na redução da mortalidade e na supressão da transmissão. A segunda é focar em uma comunidade empoderada e engajada que toma medidas de comportamento individual no interesse um do outro. E a terceira é uma forte liderança governamental e coordenação de estratégias abrangentes que são comunicadas de forma clara e consistente.
"Não estávamos preparados coletivamente, mas temos que usar todas as ferramentas que temos para controlar essa pandemia. E precisamos fazer isso agora", acrescentou.