Comentário: Políticos norte-americanos pressionam os estados a mudar forma de cálculo das mortes do COVID-19
O site norte-americano de notícias políticas "The Daily Beast" revelou recentemente que os líderes e membros da equipe de resposta a surtos da Casa Branca estão pressionando o Centro para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA a trabalhar com os estados para mudar a maneira como calculam as mortes causadas pelo COVID-19. Com a ação da Casa Branca, o número de mortes pela doença anunciado recentemente por vários estados dos EUA diminuiu estranhamente.
O jornal The Hill também reportou que o Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente do Colorado fez alterações significativas nos critérios para calcular o número de mortes pelo COVID-19, reduzindo o número acumulado de mortes no estado de mais de 1.150 para 878.
O diretor médico do departamento, Eric France, explicou que as mortes anteriormente relatadas no estado deviam incluir casos que "não morreram diretamente" devido à epidemia, e as observações de France são surpreendentemente consistentes com a versão-padrão fornecida pelas autoridades do país. Obviamente, a intervenção política da Casa Branca penetrou na base das estatísticas médicas.
À medida que as eleições presidenciais se aproximam, alguns políticos norte-americanos não apenas negligenciam os conselhos duros da comunidade médica, mas também se atreveram a tomar os maiores riscos do mundo, intensificando a supressão a vozes profissionais e até pressionando os Estados a mudar os dados de mortes. Seus métodos sem escrúpulos são chocantes!
Em vista disso, no dia 21, a rede de televisão CNN citou um relatório divulgado pelo Centro de Pesquisa e Política de Doenças Infecciosas da Universidade de Minnesota, dizendo que os dados atuais de detecção do novo coronavírus nos Estados Unidos não podem ser usados sozinhos como referência para a decisão de retomada de trabalho e escola.
Segundo o relatório, o número de testes concluídos anunciados pelos estados do país e pela Casa Branca mostra apenas parte da situação, e o trabalho atual de coordenação organizacional é insuficiente para garantir que os estados dos EUA possam obter os materiais de teste necessários.
"Expandir substancialmente o teste do novo coronavírus é um fator-chave na resposta ao surto", recomenda o relatório da Universidade de Minnesota. Segundo o documento, acredita-se que o Departamento de Saúde e Serviços Públicos dos EUA deve nomear uma equipe especial para monitorar e organizar o teste do vírus. E para talvez poder eliminar as interferências de órgãos administrativos do país, o relatório também enfatiza que um forte mecanismo de intervenção judicial deveria ser estabelecido tanto em nível estadual quanto em local.
Ao mesmo tempo, especialistas em saúde pública norte-americanos acreditam que uma detecção de vírus mais sistemática e precisa é essencial para a reativação da economia do país. No entanto, as preocupações dos especialistas simplesmente não podem impedir o desejo da Casa Branca de obter votos. Na balança entre os votos e a vida do povo, os políticos de Washington têm apenas o próprio interesse político em consideração e continuam indiferentes à vida das pessoas comuns.
Atualmente, o número de mortes causadas pelo COVID-19 está se aproximando dos 100 mil. Perante esta situação extremamente crítica, os políticos jamais poderiam se preocupar apenas com a conquista de votos, e sim, com o controle da epidemia.
Tradução: Paula Chen
Revisão: Erasto Santo Cruz