Ataques à Voice of America revelam desespero de Trump em desviar opinião pública
Na quinta-feira, o governo de Donald Trump criticou a emissora Voice of America (VoA), financiada pelo Congresso dos EUA, soando como "propaganda chinesa" por cobrir o levantamento do bloqueio em Wuhan.
A mudança é confusa, porque a organização se dedica essencialmente a promover uma visão pró-americana do mundo e a apoiar a política externa do país, como sugere seu nome e portfólio. No entanto, para a Casa Branca, um crítico contundente da grande mídia dos EUA, isso não parece ser suficientemente bom e afetou o orçamento anual de US$200 milhões de gastos na organização. A organização se defendeu dizendo que acredita que deve mostrar "os dois lados da história".
O fato de o governo destacar uma emissora pública como a VoA veio de uma indignação tremenda principalmente com a crise do COVID-19 que está se formando em casa. Trump está olhando para jogar um determinado jogo de culpa.
Embora atacar um determinado veículo de notícias seja uma tática populista bem usada por ele, o patógeno determinou que o governo dobrasse a difamação generalizada de Beijing, a fim de distrair-se de seus próprios problemas.
Esse ataque específico teve origem no fato de mostrar a retomada de normalidade em Wuhan, um fato que contrasta fortemente com o caos na América e questiona a alegação de que a China não conseguiu lidar bem com o vírus e, portanto, expõe o terreno frágil do presidente.
Os ataques de Trump à grande mídia são uma característica estabelecida há muito tempo de sua presidência. Ele gosta de descrever meios de comunicação que não se encaixam em sua visão como "notícias falsas" e atacá-los no Twitter. É um ponto da conversa populista que serve para evitar críticas a si próprio.
Para o governo Trump, isso por si só representa um sério desafio a sua narrativa, porque reflete a realidade óbvia de que a China superou o vírus com rapidez e sucesso, em contraste com a ambição do governo de retratar a resposta de Beijing como desastre e encobrimento.
Como resultado, os relatórios da VoA involuntariamente contrastam com uma situação desastrosa nos Estados Unidos, que agora se estende a mais de meio milhão de casos e 20.000 mortes. Isso significa que a China lidou melhor com isso e, portanto, Trump não está feliz, pois esse cenário expõe sua própria fraqueza e negligência política que criou a situação atual nos EUA.
Tradução: Paula Chen
Revisão: Gabriela Nascimento