Um novo apelo tecnológico para uma nova ordem mundial sustentável

Fonte: CRI Published: 2021-01-20 16:18:54
Share
Share this with Close
Messenger Messenger Pinterest LinkedIn

Na segunda semana do ano, foi noticiado em diversas mídias brasileiras uma notícia triste e que pegou muitas pessoas de surpresa. Após mais de cem anos de história em território brasileiro, a montadora Ford comunicou que vai fechar as portas no Brasil, interrompendo a produção de carros e encerrando as atividades nas fábricas. A decisão, que vai deixar pelo menos cinco mil trabalhadores brasileiros desempregados e que poderá interromper o funcionamento de diversas concessionárias, foi justificada por uma forte queda nas vendas de automóveis e, principalmente, pela ausência de maiores incentivos para sustentar o desenvolvimento de carros mais modernos.

Não é à toa que isso está acontecendo. Afinal, a geração atual dos consumidores, não apenas automobilísticos, está sendo moldada em uma conscientização cada vez mais forte pela preservação do meio ambiente. Essa conscientização gira em torno da procura por tecnologias que poluem menos e na economia que pode ser feita com a utilização de aplicativos de transporte. Uma atitude que vai ao encontro de reduzir a quantidade de carros nas ruas, de economizar os custos com locomoção e de minimizar a emissão de poluentes na atmosfera.

Por outro lado, empresas como a Tesla estão buscando investir em mercados mais desenvolvidos e que possibilitem a fabricação de carros elétricos movidos por uma energia limpa. Países como a China saem na frente porque atraem investimentos através de toda uma infraestrutura que permite o crescimento de um novo mercado para veículos, mais sustentável e tecnológico. O que faz muito sentido, porque a China, além de ser o maior mercado de veículos elétricos do planeta, se beneficia de políticas públicas que estimulam o crescimento autossustentável. Vislumbrando tamanha oportunidade, a Tesla anunciou a abertura em Shanghai da sua maior estação de recarregamento do mundo, com capacidade de atendimento para até 72 carros elétricos de uma vez.

Graças a essas políticas sustentáveis, o país asiático vem demonstrando a velocidade com que caminha na ampliação de soluções inovadoras para a indústria, que conta até mesmo com carros autônomos, como os desenvolvidos pela startup chinesa AutoX, e que pode se beneficiar dos equipamentos de comunicação 5G produzidos pela empresa Huawei, também chinesa. Esses veículos autônomos estão em fase de testes na cidade de Shenzhen e, nessa mesma cidade, a empresa BYD, que hoje é uma das maiores fabricantes mundiais de veículos elétricos, conseguiu liderar a substituição de 100% da frota de ônibus e táxis por modelos que não emitem combustíveis fósseis. Nesta circunstância, fica evidente que tais conquistas, por si só, são extremamente deslumbrantes. Porém algo ainda mais inacreditável está presente na estratégia de desenvolvimento da China. Segundo o plano do governo chinês Made in China 2025, o país espera que se aumente para 4% o número de veículos abastecidos por hidrogênio nas ruas. Em outras palavras, água será lançada na atmosfera ao invés de gás carbônico.

Imaginem como essas tecnologias poderão contribuir para outras indústrias, além da automobilística. Estamos aqui falando de uma revolução na concepção de como os maquinários são atualmente projetados. É de se tirar o fôlego ao pensar em indústrias inteiras movimentadas por energia barata e renovável, uma vez que a China não se preocupa apenas com a fabricação de veículos e equipamentos sustentáveis, mas também com a qualidade energética que abastece esses equipamentos. Afinal, o país é o maior gerador mundial de energia renovável, como a solar e a eólica, e que conta com uma das maiores empresas de energia eólica do planeta, a Goldwind. Como se não bastasse, além dessas energias limpas “mais tradicionais”, o país asiático inaugurou um sol artificial, o HL-2M Tokamak, que pretende gerar energia através da fusão nuclear controlada.

Com isso, o mundo inteiro está olhando para a China como um local que dispõe de todos os recursos necessários para o desenvolvimento de novas tecnologias que continuarão contribuindo para o bem estar social. Uma nação que atrai investimentos dos mais diversos cantos do planeta, tamanha é a infraestrutura que possibilita a vinda de novas empresas e investidores. Podemos dizer que o Brasil já percebeu esse movimento e atualmente está em contato com parceiros chineses para substituir a Ford no Brasil e se beneficiar de uma cooperação mútua que pode contribuir para um desenvolvimento nacional sustentável e tecnológico.

Por Raphael Taucei Panizzi, coordenador de engenharia e consultor de soluções tecnológicas do Brasil

Share

Mais Populares

Galeria de Fotos

Estudantes da escola primária de Huzhou apresentam ópera clássica
Estação de metrô em Zhengzhou exibe pinturas de crianças
Plantação de vegetais é a indústria pilar de Yudu
Visita a fábrica de moldes de garrafas plásticas em Foshan
Gergelim preto no Hanlu, um dos 24 termos solares chineses
Cidadãos divertem-se em festival agrícola em Huai'an na província de Jiangsu

Notícias

O que as crianças querem contar ao "vovô Xi"?
Fiji e China prometem aprofundar laços bilaterais e cooperação prática
Conectada à rede primeira usina fotovoltaica e de marés da China
Conselheiros políticos discutem revisão da lei de arbitragem
11,93 milhões de estudantes registrados no vestibular da China
Porta-voz chinês: tentativa dos EUA de interferir nos assuntos da América Latina e Caribe fracassará