Comentário: pressão contínua à China não beneficia negociações China-EUA
A 12ª rodada das negociações comerciais de alto nível entre a China e os EUA foi realizada ontem (30) em Shanghai. Quase ao mesmo tempo, algumas fontes norte-americanas divulgaram informações sobre as políticas tarifárias que forçaram a China a recuar, favoreceram o desenvolvimento dos EUA, e difamaram e falaram que a China sempre modifica o conteúdo do acordo no último minuto para o seu próprio bem.
Esta atitude de certos norte-americanos não mostrou a devida sinceridade na resolução do problema e violou o consenso atingido no encontro em Osaka, no Japão, além de ter como objetivo “pedir um preço mais alto” nas negociações.
Após as negociações no último ano, apesar de a China e os EUA terem chegado a um consenso sobre a maior parte do acordo, várias voltas e reviravoltas aconteceram, já que a parte norte-americana gostava de exercer uma pressão extrema à China com exigências que prejudicavam a soberania e dignidade chinesas, resultando em um atraso na redução das divergências entre os dois lados. Felizmente, no final de junho, ambos os países concordaram em retomar as negociações e voltar aos trilhos para tratar a questão.
Recentemente, milhões de toneladas de soja norte-americana foram embarcadas para a China e, ao mesmo tempo, os EUA anunciaram que suspenderiam o aumento tarifário sobre 110 artigos industriais chineses e recuperariam o fornecimento de empresas chinesas relevantes, manifestando a disposição dos dois lados de concretizarem o concordo de Osaka e fazendo o mundo ansioso pela realização da 12ª rodada das negociações comerciais.
No entanto, alguns norte-americanos novamente aproveitaram a ocasião para exercerem uma pressão extrema à China. De certo modo, a China está um pouco cansada destes artifícios, já que isto não funcionou no passado, nem funcionará no futuro. As práticas no último ano comprovaram que não existe vencedor em uma guerra comercial.
Na primeira metade de 2019, a economia chinesa sofreu a pressão de uma queda, mas se manteve estável com avanços, mostrando sua grande vitalidade. Porém, o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a taxa de crescimento econômico dos EUA cairá para 1,9% em 2020. Portanto, o artifício de alguns norte-americanos é exercer pressão à China enquanto encobrem suas preocupações sobre a desaceleração econômica de seu próprio país. A acusação de que a China modifica o conteúdo do acordo no último minuto também é irracional. Antes de fechar um acordo, é comum propor alterações e fazer ajustes no conteúdo do texto e expressões relevantes. Afinal, os EUA também ajustaram constantemente suas exigências nas últimas dez rodadas de negociações, como podem acusar arbitrariamente a posição da China?
Não foi fácil a China e os EUA voltarem à mesa de negociações. Para alcançar um bom resultado, é crucial concretizar o consenso de Osaka com base na igualdade e no respeito mútuo. Alguns norte-americanos devem parar de piorar a situação para que não prejudiquem a cooperação e percam a oportunidade de um acordo entre as duas partes.