Comentário: EUA renuncia direito de propriedade intelectual de vacinas sem ações concretas
O governo dos Estados Unidos anunciou há pouco tempo que o país abandonará patentes de propriedade intelectual de vacinas contra Covid-19 para que vacinas seguras e eficazes sejam popularizadas de forma rápida e ampla, fingindo ser o “salvador” na luta contra a pandemia.
Porém, a revista norte-americana Foreign Policy publicou recentemente um artigo revelando que a postura do governo Biden de abandonar patentes de vacinas escondeu um fato muito preocupante, de que apenas a entrega real de vacinas salvará vidas. Segundo o artigo, “os EUA liderado por Joe Biden está embargando vacinas e compartilhou apenas 3 milhões de doses com países estrangeiros”.
Nos esforços de lutar conjuntamente contra a pandemia, os EUA chegaram tarde e fizeram muito pouco. Já em fevereiro deste ano, o governo Biden declarou que não permitiria as exportações de vacinas até que atendesse sua demanda doméstica. Em março, a distribuição de vacinas em muitos países europeus foi apertada. Os Estados Unidos permaneceram indiferentes e se recusaram a fornecer vacinas, o que atraiu fortes críticas da Europa.
Recentemente, a epidemia doméstica na Índia se espalhou rapidamente, e os Estados Unidos ainda estão de braços cruzados. O governo estadunidense também invocou a Lei de Produção de Defesa Nacional para controlar a exportação de matérias primas de vacinas, o que afetou a produção de vacinas na Índia.
Por um lado, o grande número de países em desenvolvimento, especialmente aqueles pobres sem capacidade de produção, precisam urgentemente de vacinas, por outro, os Estados Unidos embargam vacinas que excedem muito suas próprias necessidades. Uma pesquisa feita pela Universidade de Duke mostra que os EUA já compraram até janeiro deste ano cerca de 2,6 bilhões de doses de vacinas, respondendo por cerca de um quarto do total global, quase quatro vezes a demanda para a população do país (calculado com duas doses por uma pessoa). Pesquisadores estimam que haverá pelo menos 300 milhões de doses de vacinas excedentes nos EUA até julho.
Diante da propagação acelerada do novo coronavírus em alguns países em desenvolvimento, é imperativo cancelar as restrições à exportação de vacinas em países desenvolvidos, aumentar a distribuição equitativa e o fornecimento sustentável, a fim de compensar a lacuna de vacinas nos países em desenvolvimento. No entanto, O jornal The New York Times destacou em um editorial que, infelizmente, o governo Biden ainda não adotou uma estratégia ousada e abrangente para ajudar o mundo na vacinação.
tradução: Shi Liang
revisão: Erasto Santos Cruz