Comentário: Estação espacial da China será lar comum da humanidade no espaço
A China lançou nesta quinta-feira (29) ao espaço o módulo central de sua estação espacial, dando início a uma série de missões que visam concluir a construção até o final do próximo ano. O foguete Longa Marcha-5B Y2, que transportava o módulo Tianhe, decolou do Campo de Lançamento de Naves Espaciais de Wenchang, na costa da província insular de Hainan, no sul do país, às 11h23 (Horário de Beijing).
O lançamento deste módulo central tem um significado muito especial. Já em 1992, o Programa Espacial Tripulado da China foi definido em três passos: transportar astronautas ao espaço e retornar com segurança, alcançar progresso nas tecnologias chaves de estação espacial e construir uma estação espacial do país. O lançamento deste módulo Tianhe é a parte importante do terceiro passo do desenvolvimento do Programa Espacial Tripulado da China.
Este progresso não foi nada fácil. Anos atrás, a China foi excluída pelos EUA no “clube” da Estação Espacial Internacional (EEI). Além disso, alguns políticos ocidentais consideram o espaço como o principal campo de batalha e de corrida armamentista, e tentaram banir a China.
Apesar de obstruções, o Programa Espacial da China não parou de avançar e obteve êxitos notáveis através de inovação.
Para o mundo inteiro, o lançamento do módulo Tianhe é de extrema importância, considerando que a atual EEI poderá terminar seu serviço entre 2024 e 2028 e a estação espacial chinesa será a única da humanidade no espaço.
Diferente dos "pequenos círculos" fechados de alguns países ocidentais, a China sempre adere aos princípios de uso pacífico, igualdade, benefício mútuo e desenvolvimento comum, e se esforça para transformar a estação espacial do país em uma plataforma aberta para cooperação científica, tecnológica e para intercâmbios com a comunidade internacional.
A estação espacial chinesa é a primeira na história cujo projeto será aberto a todos os Estados-membros da ONU. Não é apenas voltada para o mundo, mas também altamente inclusiva aos parceiros, que incluem governos e organizações internacionais, bem como entidades privadas e instituições de pesquisa.
Vale ressaltar que a cooperação da estação espacial da China atende plenamente às necessidades dos países em desenvolvimento que carecem de tecnologia e recursos, e lhes oferece oportunidades de entrar no espaço e realizar vários experimentos. Isso ajudará efetivamente o mundo a preencher a lacuna de desenvolvimento tecnológico e permitirá que todos os países participem igualmente do desenvolvimento pacífico e da utilização do espaço.
Simonetta Di Pippo, diretor do Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior, acredita que a ação da China é um forte apoio aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para 2030.
Tradução: Xia Ren
Revisão: Diego Goulart