Comentário: “aliança democrática” que os EUA procuram não passa de um slogan sem efeito prático
O governo de Donald Trump procurou interesses enquanto o de Joe Biden está priorizando valores. O discurso sobre políticas diplomáticas proferido no Departamento de Estado, como os atos feitos pelo grupo diplomático dos EUA, demonstra que a prioridade do atual governo norte-americano é remediar as relações com os aliados, tendo como foco uma aliança cujo principal valor é a democracia.
De fato, a “aliança democrática” não é um termo novo, pois já foi usado pelo ex-presidente norte-americano, David Gordon, em 2008. Ela teve como objetivo remediar a parceria transatlântica que tinha sido ferida gravemente e conter, junto com os aliados, a China. Biden não escondeu este objetivo no seu discurso.
Mas, tal aliança será atraente?
Os países da União Europeia (UE) deram suas opiniões. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse no dia 5 que apesar de muitos consensos com os EUA, a Europa continua precisando de uma política independente com a China. O presidente francês, Emmanuel Macron, também expressou uma opinião semelhante no dia 4, dizendo que não conterá a China junto aos EUA. O fato comprovou o julgamento do semanário norte-americano, News Week, segundo o qual uma aliança de valor não atrairá a Europa.
Os interesses de diversos países estão estreitamente ligados diante da globalização e a pandemia do Covid-19 faz o mundo consciente da importância da união. De fato, Biden reforçou pessoalmente a necessidade de promover cooperações com a China enquanto outros países não têm necessidade de realizar atos hostis contra o país asiático. O ex-embaixador mexicano, Jorge Guajardo, disse: "Por que abandonamos as oportunidades com a única economia com crescimento no mundo? Fazer aliança com os EUA?” O fato comprova que os EUA não são um parceiro confiável.
A maravilhosa democracia descrita pelo governo norte-americano não pode esconder as bagunças da sua sociedade. A polarização política, conflitos interpartidários, diferença social, racismo, distúrbios no capitólio entre outros problemas não podem ser cobertos pela troca de governo.
A opinião pública dos EUA acha que seu país já perdeu a capacidade de comando no mundo ocidental. O jornal Washington Post fez uma pergunta: “Por que os aliados deveriam confiar em um governo norte-americano que não consegue lidar com a pandemia e ainda sofreu distúrbios recentemente?”
A pandemia revelou um “vínculo frágil” entre os EUA e a Europa com fenômenos de impedimento de transporte de máscaras e conflitos na aquisição de vacinas. Tudo isso comprova que uma “aliança democrática” não passa de um slogan sem efeito prático.
Não há duas folhas completamente iguais, e assim também são histórias, culturas e sistemas sociais. A diversidade é um fato objetivo. Os círculos pequenos de valor provocam confrontos e geram ódio nos seres humanos. Como o ex-secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger, disse: “Qualquer aliança que tenha o objetivo de conter um país específico não será sensata. O abandono do preconceito ideológico e o controle de divergências serão a perspectiva de todos e a tendência do desenvolvimento.”
Tradução: Li Jing
Revisão: Erasto Santos Cruz