Comentário: China e Itália revitalizam a antiga Rota da Seda
O presidente chinês, Xi Jinping, iniciou nesta sexta-feira (22) sua visita intensiva na Itália. Assistiu à grande cerimônia de boas-vindas oferecida pelo presidente italiano, conversou com o presidente Sergio Mattarella, reuniu-se com os representantes econômicos e culturais e se encontrou com os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados da Itália. Os setores político, empresarial, cultural e da imprensa prestam alta atenção à visita de Xi Jinping, e avalizam positivamente a construção conjunta da iniciativa Cinturão e Rota. Tudo isso emitiu um sinal positivo para a firmação do memorando de entendimento para a construção do Cinturão e Rota entre os dois países, programada para sábado, dia 23.
Desde a eclosão da crise financeira internacional, a Itália caiu em duas recessões econômicas, respectivamente entre 2008 e 2009, e 2012 e 2014. As estatísticas mostram que devido à queda consecutiva do PIB na segunda metade do ano passado, a Itália pode correr o risco de sofrer com mais uma recessão econômica. Entre os anos 2000 e 2018, a média do crescimento do PIB da Itália foi de 0,2%, aproximadamente um crescimento zero, ficando para trás do nível médio de 2% da zona do euro na última década.
Depois de apostar nas medidas como a desvalorização do euro e a expansão das finanças públicas, o governo italiano lançou seus olhares para o exterior. Procurar um parceiro fora da União Europeia está se tornando uma necessidade para o governo italiano.
Em 2017, quanto do 1º Fórum de Cooperação do Cinturão e Rota, o então primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, afirmou no fórum que “a Itália pode ser um protagonista neste grande evento de maior preocupação chinesa. Ele é uma excelente oportunidade para nós, e a minha presença justifica o quão importante o consideramos”.
Em agosto passado, dois meses após a criação do novo governo italiano, o país europeu criou o grupo Missão Chinesa, entidade responsável pela cooperação de todos os níveis com a China.
Trata-se do primeiro grupo de trabalho estabelecido pelo governo italiano voltado a um país específico. Quem assumiu a chefia do grupo foi o ex-ministro da Economia, Desenvolvimento, Trabalho e Políticas Sociais da Itália, Michele Geraci. Ele fala mandarim fluentemente e foi professor de economia em uma universidade chinesa.
Geraci conhece o modelo de sucesso chinês, e sabe o bem que a inciativa Cinturão e Rota vai trazer para a Itália. De acordo com ele, a Itália exporta pouco para a China em comparação com seus vizinhos. A França vende vinho para a China sete vezes mais que da Itália. A Irlanda também exporta para a China mais alimentos e bebidas do que a Itália. A Itália tem que avançar, vendendo mais nos setores de vestuário, maquinaria, alimentação e produtos químicos para China, defendeu Geraci.
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disse ao Parlamento que os interesses econômicos e comerciais que a iniciativa do Cinturão e Rota geram são completamente legítimos, correspondendo aos interesses nacionais da Itália.
Obviamente, os italianos já decidiram pegar o trem-bala chinês do desenvolvimento comum, para uma maior realização através da cooperação no quadro do Cinturão e Rota.
Tradução: Laura
Revisão: Gabriela