O Brasil poderá aumentar a venda de carne suína à China. É o que indicou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, e o ex-ministro brasileiro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
"Pode ser positivo para o Brasil, desde que a doença não ocorra aqui", afirmou Camargo Neto. O executivo lembrou que a Rússia e a China suspenderam as importações de carne suína do México e Estados Unidos, onde ocorreram os primeiros casos da doença. "Mas não gosto de especular comercialmente quando se trata de uma crise de saúde humana desta gravidade", reconheceu.
"Pode ser que seja bom ou ruim para o Brasil. Muitas vezes, as restrições sanitárias têm uma origem política e de caráter protecionista. E casos como esse podem ser usados como um argumento para a proteção dos mercados locais", afirmou Rodrigues. O ex-ministro ressaltou que situação semelhante ocorreu após casos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul, quando o governo russo embargou as importações de carnes de outras regiões do Brasil.
O presidente da Abipecs explicou que a gripe suína não é um caso de saúde animal, mas de saúde pública, porque se propaga entre seres humanos e não foi encontrado nenhum animal infectado. Camargo Neto explicou que o vírus da Influenza suína é diferente do encontrado na gripe aviária, pois as aves eram o principal vetor e a doença era transmitida pelo contato com os animais. No caso da gripe suína, a transmissão ocorre entre seres humanos. Por isso, segundo ele, o governo brasileiro tem que aumentar a vigilância em todos os portos e aeroportos do Brasil para evitar a entrada e propagação do vírus.