O governo chinês só vai autorizar as importações de frango do Brasil quando este importar miúdos ovinos e caprinos chineses, produtos utilizados na confecção de linhas cirúrgicas. Os negócios foram liberados em fevereiro, mas os chineses aguardam essa contrapartida brasileira.
As autoridades chinesas comunicaram essa decisão ao secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto, que esteve em Beijing para discutir a ampliação das exportações brasileiras. Porto participou da primeira reunião da subcomissão econômico-comercial da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Cooperação e Coordenação (Cosban).
"Já entrei em contato com importadores brasileiros para comprarem miúdos ovinos e caprinos", disse Porto.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, que também está na capital chinesa, espera que haja avanços durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, nos dias 18 a 20 de maio.
O governo brasileiro está tentando diversificar as exportações para a China, concentradas hoje na soja. No ano passado, o grão correspondeu a 37,5% das exportações totais do Brasil e 93% das exportações agrícolas para a China.
O Brasil também discute a venda de aviões da Embraer à China, paradas desde 2008. Em 2006, a empresa brasileira fechou contrato para venda de 50 jatos E-190 para a Hainan Airlines, mas apenas cinco aeronaves foram entregues até agora.
"Nós pedimos que as importações sejam retomadas antes da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em maio", disse o diretor do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Márcio Cozendey.